O Exército de Israel se prepara para uma possível invasão em Gaza, conforme confirmado pelo major Roni Kaplan, porta-voz dos reservistas das Forças de Defesa de Israel, durante uma entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (12). Segundo Kaplan, há 35 batalhões posicionados na fronteira com Gaza, prontos para a ação caso haja aval do governo israelense.
Desde o último sábado (7), já foram realizados pelo menos 2.700 ataques em Gaza, com foco em áreas que abrigam membros do grupo Hamas. No entanto, relatos de palestinos e organizações de direitos humanos mostram que áreas civis também foram atingidas. Tel Aviv alega que o Hamas usa civis como escudos humanos.
O alvo principal desses ataques é a Nukhba, a força de elite do Hamas, e as Forças de Defesa de Israel conduzem interrogatórios com membros da facção capturados durante os confrontos para identificar as posições do comando da Nukhba.
Além dos 35 batalhões em prontidão, mais de 300 mil reservistas do Exército israelense foram convocados para contribuir com o país. Alguns israelenses estão até mesmo retornando de países da América Latina para se juntar aos militares, após serem convocados.
O temor em relação a uma invasão por terra em Gaza reside na capacidade de intensificar a crise humanitária na região. Gaza é densamente povoada, abrigando aproximadamente 2,1 milhões de pessoas, incluindo 1,7 milhão de refugiados palestinos. A situação socioeconômica já é crítica, com altas taxas de insegurança alimentar, pobreza e desemprego.
Israel também reestabeleceu o controle de comunidades ao redor da Faixa de Gaza e impôs um “cerco total” no território. Na terça-feira (9), o porta-voz das forças militares afirmou que havia tropas batalhando em sete ou oito pontos da região e que quatro divisões de combate foram instaladas no sul do país.
“Estamos impondo um cerco total à Gaza. Sem eletricidade, sem comida, sem água, sem gás, tudo bloqueado. Estamos lutando contra animais e agimos em conformidade”, afirmou o ministro israelense da Defesa, Yoav Gallan
Além das consequências para a população palestina, preocupa o destino de dezenas de reféns nas mãos do Hamas. A quantidade exata é incerta, mas Israel alega que pelo menos 95 pessoas foram levadas pelo grupo terrorista para Gaza.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil também se manifestou sobre a situação, pedindo que todas as partes envolvidas no conflito cessem a violência e cumpram suas obrigações perante o direito internacional.