Alexey Arestovich, conselheiro do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, disse que Moscou e Kiev podem assinar um acordo de paz nas próximas semanas. A Rússia iniciou uma invasão à Ucrânia em 24 de fevereiro, dando início a uma guerra entre os dois países.
“Acredito que provavelmente teremos um acordo de paz até maio, no início de maio, ou talvez até antes. Vamos ver como vai ser”, disse Arestovich na segunda-feira (14), em entrevista ao canal do ativista político Mark Feygin no YouTube. Ele acrescentou que, na melhor das hipóteses, um acordo sobre a retirada das tropas russas poderia ser alcançado em “uma a duas semanas”.
O assessor disse que a quarta rodada de negociações, realizada ontem por videoconferência, foi um pouco mais “construtiva”. Mykhailo Podolyak, outro conselheiro presidencial ucraniano, disse que os negociadores fizeram uma “pausa técnica” até esta terça (15) para “esclarecer as definições individuais”.
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As negociações entre Rússia e Ucrânia
Os negociadores concordaram anteriormente em rotas de evacuação das populações de cidades em apuros como Mariupol, um porto na costa do Mar de Azov, que está completamente cercado por tropas russas e pelas forças da República Popular de Donetsk (DPR). Juntamente com a vizinha República Popular de Lugansk (LPR), estado que se separou da Ucrânia após o golpe de 2014 em Kiev.
Hoje, em um pronunciamento, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que, durante 19 dias de guerra, a Rússia perdeu 80 aviões de guerra, além de “centenas de tanques e milhares de outras unidades de equipamento”. Enquanto isso, o Ministério da Defesa da Rússia informou que destruiu quase 1.300 tanques ucranianos e outros veículos blindados, cerca de 600 peças de artilharia diferentes e 145 drones.
Guerra de estatísticas
O Ministério da Defesa russo disse ainda que foram destruídas estações de radar e depósitos de armas. O Estado-Maior ucraniano informou que as ofensivas terrestres russas “não tiveram sucesso significativo”.
Ambos os lados permanecem de boca fechada sobre suas baixas. Zelensky reconheceu no sábado que cerca de 1.300 soldados ucranianos foram mortos. Moscou divulgou sua última atualização de baixas em 2 de março, dizendo que 498 soldados foram mortos e quase 1.600 feridos.
Entenda a guerra
Moscou atacou o estado vizinho após um impasse de sete anos sobre o fracasso da Ucrânia em implementar os termos dos acordos de cessar-fogo de Minsk. O eventual reconhecimento da Rússia das repúblicas de Donbass em Donetsk e Lugansk também motiva o conflito. Os protocolos mediados pela Alemanha e pela França foram projetados para regularizar o status das regiões separatistas dentro do estado ucraniano.
A Rússia agora exige que a Ucrânia se declare oficialmente um país neutro. E que nunca se junte ao bloco militar da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) liderado pelos EUA.
Kiev diz que a ofensiva russa foi completamente espontânea. A capital ucraniana negou as alegações de que planejava retomar as duas repúblicas rebeldes à força.
Rússia e Ucrânia podem chegar a acordo em dias, diz negociador russo
Um representante russo nas negociações com a Ucrânia declarou que as duas partes fizeram progressos significativos e que as delegações podem chegar em breve a uma “posição conjunta”. A informação é da agência de notícias russa RIA.
No domingo (15), o negociador ucraniano e conselheiro presidencial, Mykhailo Podolyak, afirmou que resultados podem ser alcançados em dias. “Não vamos ceder a princípio em nenhuma posição. A Rússia agora entende isso. A Rússia já está começando a falar de forma construtiva. Acho que vamos alcançar alguns resultados literalmente em questão de dias”, disse o assessor de Zelensky.
Ele disse também que Kiev está trabalhando com Israel e Turquia como mediadores. O objetivo é definir um local e uma estrutura para as negociações de paz com a Rússia.
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