Guga Chacra, a explosão em Beirute e a ladainha da “cultura árabe”. Por Reginaldo Nasser

Atualizado em 6 de agosto de 2020 às 10:13

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POR REGINALDO NASSER

Os orientalistas brasileiros da grande mídia, Guga Chacra e Diego Bercito, rapidamente produziram seus textos e comentários.

Como sempre acontece, a ladainha da cultura árabe, da comunidade libanesa no Brasil e aí vem os nomes de famílias importantes e conhecidas. Podem reparar que o texto é sempre o mesmo independentemente do país e das circunstâncias. Mas, aqui destaco duas pérolas.

A do Diego Bercito: “uma das instituições mais emblemáticas dessa diáspora é o Hospital Sírio-Libanês…há ainda os históricos clubes paulistanos como Homs e Monte-Líbano”. Tenho dito que uma das armadilhas da dominação politica e econômica no Oriente Médio é dissolver as contradições de classe numa imaginária “cultura árabe”. Claro, Sr Diego, os milhares de libaneses no Brasil são plenamente reconhecidos por essas instituições que citou.

Já o Guga, descendente de libaneses, vai mais longe e toca em pontos que , no fundo, revelam algo histórico entre Líbano e Israel, as conexões entre uma certa elite libanesa e o sionismo. Vejam o que ele diz: “A Confederação Israelita do Brasil se solidariza a comunidade libanesa após a trágica explosão em Beirute. A prefeitura de Tel Aviv, em ato simbólico, ficou iluminada com a bandeira do Líbano”. Ou é muita ingenuidade ou é ser muito cínico. Que ato fantástico! iluminou a bandeira do Líbano? Puxa vida.

Mas, o mais importante é o não dito, afinal de contas é isso que a ideologia faz. Não vou mencionar aqui os massacres de Israel na década 80 no Líbano, mas algo mais recente. Há, exatamente 14 anos, Israel cercou Beirute e foi uma chuva de bombas. A foto abaixo, de Beirute, não é de hoje, mas de agosto de 2006.