Gugu e seu testamento são reveladores do caráter do brasileiro fofo e do bem. Por Moisés Mendes

Atualizado em 28 de dezembro de 2019 às 9:25
Rose Miriam Souza di Matteo e Gugu Liberato. Foto: Reprodução/Blog do Moisés Mendes

Publicado originalmente no blog do autor

Gugu Liberato, o bom moço adorador de Sergio Moro, que todas as tias gostariam de ter como sobrinho, tem três filhos com uma moça. Quando caiu do forro da casa e morreu, ela estava ao seu lado para tentar salvá-lo.

Mas a moça, a médica Rose Miriam Souza di Matteo, foi excluída do seu testamento. Teve três filhos, vivia com ele e estava seu lado na hora da morte. Mas, segundo a família, era apenas uma amiga.

Amigos de Gugu dizem o mesmo, que a moça era amiga. Apenas isso. O sobrinho das tias brasileiras teve três filhos com uma amiga, o que se sabe que existe e ninguém tem nada com isso.

Mas o que o levou a tirar do testamento a amiga com quem teve três filhos? Há uma insinuação clara, na maioria das notícias, de que o casamento era de fachada.

Não importa. Importa que a amiga com quem ele teve três filhos foi afastada da sua herança. Pode? Talvez possa, mas esse debate, no país em que todo mundo agora entende de leis (desde a ascensão da Lava-Jato), não é apenas jurídico, nem pode ser.

Não há página que se abra na internet que não tenha uma notícia sobre o caso do Gugu e da médica. Não precisa ser site de fofoca.

Mônica Bergamo, a grande jornalista da Folha, trata do assunto com frequência. A escabrosa história do testamento está em todos os jornais, todos os dias, e foi o que li de novo agora há pouco, com chamada de capa da Folha, na coluna de Mónica.

Gugu e seu testamento podem ser reveladores do caráter do brasileiro fofo e do bem, finalmente exposto sem retoques e sem constrangimentos pelo bolsonarismo.