Gusttavo Lima vendeu avião 2 vezes e tinha R$ 8 milhões em notas fiscais, suspeita polícia

Atualizado em 30 de setembro de 2024 às 6:32
O cantor bolsonarista Gusttavo Lima, indiciado pela Polícia Civil de Pernambuco por suposta lavagem de dinheiro e participação em uma organização criminosa – Foto: Reprodução

Gusttavo Lima foi indiciado pela Polícia Civil de Pernambuco em 15 de setembro, suspeito de lavagem de dinheiro e envolvimento em organização criminosa. Pontos que chamaram a atenção dos investigadores estão relacionados à emissão suspeita de notas fiscais e indícios de irregularidades na venda de aeronaves do cantor.

Na sede da Balada Eventos e Produções, empresa de Gusttavo, a polícia encontrou um cofre contendo aproximadamente R$ 150 mil em dinheiro vivo, incluindo notas em dólares, euros e reais. Segundo a polícia, isso seria um indício de lavagem de dinheiro. A defesa do cantor argumenta que o valor seria utilizado para o pagamento de fornecedores.

Outro ponto importante na investigação foi a descoberta de 18 notas fiscais sequenciais, totalizando mais de R$ 8 milhões, emitidas em um único dia por outra empresa do cantor, a GSA Empreendimentos. Os documentos foram emitidos para a PIX365 Soluções, conhecida como Vai de Bet, que também está sob investigação. A defesa de Gusttavo alega que todos os valores foram declarados e que os impostos foram devidamente pagos.

A negociação de aeronaves também chamou a atenção da polícia. Um avião da Balada Eventos foi vendido duas vezes entre 2023 e 2024 para investigados na operação. A primeira venda foi para Darwin Henrique da Silva Filho por US$ 6 milhões, enquanto a segunda foi para a J.M.J Participações, de José André da Rocha Neto, por R$ 33 milhões.

Aeronave registrada em nome de uma das empresas do cantor apreendida pela polícia em Jundiaí (SP) durante as ações da Operação Integration – Foto: Reprodução

A investigação faz parte da Operação Integration, que envolve 53 alvos em todo o país, incluindo figuras como a influenciadora digital Deolane Bezerra e empresários do setor de jogos.

Sócio oculto

Lima também virou alvo de investigação por suposta sociedade com a marca Vai de Bet. Documentos indicam que ele teria se tornado sócio da empresa com 25% de participação em 2024, embora a defesa do cantor afirme que ele nunca teve envolvimento direto com a administração. A polícia, porém, suspeita que ele seja um “dono oculto” da marca há mais tempo.

Gusttavo Lima é investigado pela polícia por supostamente ser dono oculto da Vai de Bet, empresa que já foi patrocinadora do Corinthians e é uma das citadas na Operação Integration – Foto: Reprodução

Viagem para a Grécia

A viagem de Gusttavo para a Grécia também gerou desconfiança. O cantor, que estava no país para gravar músicas e comemorar seu aniversário, teria dado carona em seu avião para o casal José André da Rocha Neto e Aissla, investigados na operação. A suspeita é de que o casal, então foragido, desembarcou antes na Espanha para evitar a prisão. A defesa do cantor nega qualquer relação íntima com o casal.

André Rocha e Gusttavo Lima em iate com suas mulheres, Aislla Rocha e Andressa Suita durante comemoração do aniversário de 35 anos do sertanejo, em um iate, no mar da Grécia – Foto: Reprodução

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