Walter Delgatti Neto, conhecido como hacker da Vaza Jato, foi condenado a 10 meses e 20 dias de prisão em regime semiaberto, além de multa, pelo crime de calúnia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão foi proferida pelo juiz Omar Dantas Lima, do 3º Juizado Especial Criminal de Brasília.
Na ação judicial, Bolsonaro alegou que Delgatti o caluniou ao afirmar que ele teria ordenado a escuta telefônica do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante um depoimento à CPI do 8 de Janeiro. A sentença permite que Delgatti recorra em liberdade.
No entanto, o hacker já está preso desde agosto de 2023 por outra acusação: ele é suspeito de, a pedido da deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL), ter planejado uma operação contra Moraes. Isso teria levado à invasão dos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e à falsificação de documentos e alvarás de soltura.
A defesa de Delgatti argumenta que o programador não tinha a intenção de caluniar Bolsonaro, mas apenas relatou que o ex-presidente supostamente lhe pediu para assumir a autoria de um “grampo” feito por agentes de outros países.
Bolsonaro, por sua vez, afirmou à Justiça que recebeu Delgatti apenas uma vez no Palácio da Alvorada. O programador teria discutido o sistema eleitoral brasileiro e as informações foram, segundo o ex-presidente, encaminhadas ao Ministério da Defesa.
Além disso, o ex-chefe do Executivo negou qualquer outro contato com Delgatti e disse desconhecer qualquer tentativa de grampos contra Moraes.
Vale destacar que, na sentença, o juiz afirmou que a conduta de Delgatti foi caracterizada como calúnia, uma vez que o programador fez acusações falsas publicamente diante de parlamentares e na mídia, o que amplificou a repercussão do caso.