Haddad cancela reunião com deputados após recado de Lira sobre Orçamento

Atualizado em 6 de fevereiro de 2024 às 15:49
Fernando Haddad, ministro da Fazenda. Foto: reprodução

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou uma reunião com líderes partidários da Câmara dos Deputados que aconteceria nesta terça-feira (6). O tema do encontro seria o controle do orçamento federal, que tem gerado uma embates públicos entre o Legislativo e o Executivo.

Inicialmente prevista para as 16h30, a reunião foi desmarcada, conforme atualizações na agenda do ministro Haddad durante a manhã. A falta de um convite formal para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o clima tenso após os discursos proferidos por ele na segunda-feira (5) teriam contribuído para a decisão.

Segundo relatos de líderes partidários, as falas de Lira durante a abertura do ano legislativo inviabilizaram o ambiente propício para debater a pauta econômica nesta terça. O presidente da Câmara enfatizou a importância do Legislativo na construção do orçamento, criticando uma suposta burocracia técnica e reiterando que o orçamento pertence a todos os brasileiros, não apenas ao Executivo.

Ao ser questionado sobre o cancelamento, Haddad, ao chegar ao Ministério da Fazenda, afirmou que o pedido de adiamento partiu do líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE), mas tranquilizou dizendo que “está tudo bem, vai dar tudo bem”.

Interlocutores do governo também minimizaram o cancelamento, atribuindo a ausência de parlamentares na reunião à participação destes em eventos relacionados ao Minha Casa, Minha Vida em diversas regiões do país, como Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Bahia.

O embate entre Executivo e Congresso em relação às emendas parlamentares tem sido evidente, com o governo federal vetando trechos aprovados pelos parlamentares que aumentariam os recursos destinados às suas bases eleitorais e acelerariam os pagamentos.

Para pessoas de dentro do Palácio do Planalto, Lira deixou claro em seu discurso na abertura do ano Legislativo que está determinado a garantir a escolha de seu sucessor em 2025, enviando uma mensagem direta ao executivo, segundo o jornal O Globo.

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