O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (22) que as cobranças do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a redução da taxa básica de juros não é uma crítica à autonomia do Banco Central ou ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto.
Durante café da manhã com jornalistas, o ministro destacou que Campos Neto está desempenhando seu papel quando argumenta que o governo precisa cuidar da trajetória das contas públicas.
“Quando a gente discute um tema econômico, não estamos fazendo críticas mútuas. Quando ele [Campos Neto] fala ‘o fiscal tem que melhorar’, ele não está criticando a mim”, afirmou. “Até porque ele é um voto ali em nove [no Copom, o Comitê de Política Monetária]. Ele faz o papel dele, eu faço o meu. Nós sabemos das limitações individuais. Não tem salvador”, acrescentou.
Segundo Haddad, a defesa por uma redução da taxa de juros não deve ser interpretada como crítica à autonomia do BC. “Nós temos que parar de entender isso como uma crítica à autonomia, como uma crítica ao presidente. Não tem nada a ver”, disse.
A declaração ocorreu em um contexto de aproximação entre Campos Neto, indicado no governo de Jair Bolsonaro (PL), e a gestão Lula. O presidente do BC participou de um churrasco promovido pelo petista na Granja do Torto, em Brasília, na noite de quinta-feira (21).
“O presidente do Banco Central estava ontem comendo churrasco com a gente. Foi ótimo. Ele foi convidado pelo presidente. Não é a primeira vez. Ele já foi lá no Palácio do Planalto. Foi convidado para ir no [Palácio da] Alvorada [residência oficial do presidente da República] quando ele quisesse”, afirmou Haddad.