Fernando Haddad deu nova demonstração de lealdade e gratidão nesta quarta, 10.
Em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, no UOL, o ex-prefeito de SP e candidato à presidência derrotado por Bolsonaro em 2018 reafirmou que seu candidato em 2022 é Lula.
“Meu candidato era o Lula em 2018 e continua sendo em 2022”, afirmou Haddad.
“Lula foi o melhor presidente que o Brasil já teve. Percam as ilusões de que alguém vai me intrigar com o Lula. Isso não vai acontecer. Eu sou amigo do Lula, correligionário do Lula. Há mais de vinte anos nós trabalhamos juntos. A sempre construiu propostas conjuntas pro Brasil”.
Obviamente que o PT aguarda o habeas corpus do ex-presidente.
Nem por isso vai ficar imobilizado. Em caso do ex-presidente não poder concorrer, o martelo já está batido: Haddad vai levar a bandeira do partido na segunda tentativa de derrotar o fascismo incorporado na figura do capitão da reserva do Exército que por um acidente de percurso virou presidente.
Haddad lamentou mais uma vez o PSDB não se pronunciar sobre a violência contra Lula.
“Não tem nenhum gesto da direita dita cheirosa sobre a injustiça que está acontecendo com o Lula”, advertiu.
Neste caso, o intelectual e líder político releva nas críticas aos adversários: se foi o PSDB que organizou a perseguição a Lula e o golpe – o partido chegou a por um advogado e pagar R$ 50 mil a Janaína Paschoal por um parecer de ficção sustentando a tese do impeachment -, por que haveria agora de se levantar contra as injustiças?
O PSDB é inimigo e assim tem que ser tratado.
Haddad já errou quando levou Lula para cumprimentar Maluf em sua mansão no Jardim Paulistano quando venceu a prefeitura, em 2012. Quatro anos depois, sorrindo e feliz, Maluf disse sim ao impeachment de Dilma.
Errar duas vezes, esperando boa vontade de seus algozes, é masoquismo.
No resto, tudo vai bem.
Haddad tem preparo, experiência e dignidade suficientes para representar a esquerda e levar o Brasil e ter novamente um governo popular sem que, para isso, tenha de vender a sua alma ao diabo.