Um dos deputados federais que apoiam o motim dos policiais militares no Ceará já disse, em aula de curso preparatório para concurso público, que greve de PMs é transgressão militar grave.
No entanto, o capitão Wagner (Pros) está na linha de frente dos políticos da bancada da bala que apoiam os grevistas no Ceará.
O nome dessa comportamento é hipocrisia.
Como registra o jornal O Povo, de Fortaleza, que localizou o vídeo, o deputado, na condição de professor, disse:
“O militar que atentar contra os poderes constituídos, contra as instituições ou contra o Estado, vai estar cometendo uma transgressão grave. Dê um exemplo, professor: o militar que participa de um movimento grevista. Esse militar atentou contra a instituição, contra o Estado, contra os poderes instituídos, e então ele vai estar classificado como uma transgressão grave, porque isso está previsto no inciso I, parágrafo 2º, do artigo 12”, diz.
Como deputado, ele defendeu a ação dos PMs que, encapuzados e armados, ocuparam um batalhão em Sobral, interior do Ceará, e atiraram no senador Cid Gomes.
Ele disse:
“Se alguém não parasse o senador, ele teria passado por cima de dezenas de pessoas. O vídeo está claro e mostra isso”, argumenta Wagner. Segundo o deputado federal, “não havia nenhuma determinação judicial nem legitimidade de usar a retroescavadeira daquela forma”.
O capitão Wagner quer que o estado representado pelo governador Camilo Santana ceda aos grevistas, o que representaria ceder para aqueles que atentam “contra os poderes constituídos”.
Essa greve não tem objetivo econômico.
É uma queda de braço entre o governo eleito democraticamente e setores que se sentem empoderados desde que Bolsonaro ascendeu. Ninguém está acima da lei, e o capitão Wagner já soube disso quando era professor.
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A fala do capitão Wagner contra a greve na PM começa aos 7:55 do vídeo.