Durante a CPI do 8 de Janeiro, o blogueiro Wellington Macedo de Souza optou por não responder às perguntas dos parlamentares, mas riu quando a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) perguntou sobre o caso de violação de um caixão e exposição do cadáver de uma mulher em Sobral, no Ceará.
A deputada carioca entrou no assunto listando outras denúncias contra o depoente do dia: “No currículo do senhor Wellington tem 59 ações de danos morais movidas por diretores de escolas lá em Sobral porque ele fez milícia digital contra o projeto educacional; ele também é investigado por divulgar vídeo de abuso infantil; terceiro, investigado por violação de cadáver. Ele abre o caixão de uma mulher que morreu de Covid-19 para mostrar em vídeo e dizer que era a primeira vítima da doença”.
No meio da fala, o bolsonarista é filmado com expressão de deboche. “Ele está rindo o tempo todo aqui para os seus aliados que eu estou vendo”, denunciou Feghali. “Diante desses processos, todos que violam direitos humanos e das crianças, quem é que o nomeou para o Ministério dos Direitos Humanos, Mulher e Família?”. No entanto, ele não explicou como chegou até a pasta liderada por Damares Alves (Republicanos-DF), no governo de Jair Bolsonaro.
Wellington foi preso e condenado por sua participação no planejamento de uma tentativa de ataque a bomba no aeroporto de Brasília no final de 2022. Embora sua defesa tenha buscado evitar seu comparecimento à CPI, o ministro Luís Roberto Barroso negou o pedido, permitindo apenas que ele permanecesse em silêncio.
O blogueiro estava foragido desde janeiro, quando sua prisão preventiva foi decretada. Ele foi detido no Paraguai após uma operação conjunta entre a Polícia Federal (PF) e autoridades paraguaias. A prisão de Souza está relacionada à tentativa de explosão de uma bomba perto do Aeroporto Internacional de Brasília em dezembro de 2022.
Além da condenação à revelia a uma pena de 6 anos de prisão pela 8ª Vara Criminal de Brasília, Wellington Macedo de Souza enfrenta duas investigações em curso na Polícia Civil (PCDF). Ele também quebrou sua tornozeleira eletrônica apenas dois dias após o incidente da bomba e é acusado de participar dos ataques à sede da Polícia Federal (PF) em Brasília em dezembro de 2022.