Huck, volte para seu caldeirão de dinheiro. Por Fernando Brito

Atualizado em 13 de julho de 2019 às 9:40
Luciano Huck no Caldeirão. Foto: Divulgação

PUBLICADO NO TIJOLAÇO

POR FERNANDO BRITO

Luciano Huck foi ao jornais defender os deputados dos partidos de oposição que votaram, contra a decisão coletiva, a favor da reforma da Previdência de Jair Bolsonaro.

Como cidadão, Huck tem todo o direito de pretender que os brasileiros trabalhem até a morte, que recebam menos que receberiam pelas regras atuais (mesmo ganhando quase nada acima do mínimo), pode ser a favor que as viúvas recebam menos que o salário mínimo se tiverem uma renda qualquer, mesmo que seja de quatrocentos ou quinhentos reais.

É típico de quem vive no seu mundo dourado, louro, de finas roupas, carros caros, lanchas suntuosas, verdadeiros iates, até de jatinho comprado com financiamento do BNDES, como é o dele.

Mas não tem o direito de se intrometer na vida interna dos partidos, nos quais se entra sabendo o que pensam e subscrevendo um programa e um código de ética e disciplina partidárias.

É muito mais democrático que o seu “Caldeirão”, Huck, onde você pune, afasta ou demite simplesmente pela sua vontade, porque ao menos nos partidos há regras, processos internos, direito de defesa e decisão coletiva para decidir se alguém deve ou não continuar ali.

O “compromisso cívico” que Huck alega estar acima dos partidos não esteve, para ele, acima dos seus contratos com a Globo nem com os patrocínios de anunciantes de sabão, bancos, corretoras e pílulas de vitaminas. É seu direito fazer essa opção e se compreende como dinheiro e luxos são sempre mais atraentes.

Tanto são que Huck pode dispor dele para montar “cursos” e “bolsas” para futuros candidatos que de seus “institutos” espalham pelos partidos e elegem.

Seria melhor que Huck fizesse política com seu próprio rosto, não através de prepostos. Eles, porém, tem a vantagem de serem descartáveis, como foi seu “amigão” Aécio, rapidamente apagado de suas redes sociais.

Se o fizesse, que bom que pudesse, na televisão, defender 40 anos de contribuição, pensões de 500 reais, retirada do abono anual…