O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (22) novos dados do Censo 2022, revelando mudanças significativas na autodeclaração de cor ou raça dos brasileiros. Pela primeira vez, a população que se identifica como parda ultrapassou o número de brancos, representando 45,3% da população total, sendo impulsionada pela parcela mais jovem dos entrevistados.
Segundo o levantamento, a faixa etária de 15 a 29 anos é a que menos se identifica como branca, sendo a maioria declarada como parda. Os dados indicam que 48,7% dos jovens e adolescentes dessa faixa etária se consideram pardos, enquanto 39,4% se consideram brancos.
Em números gerais, cerca de 45 milhões de brasileiros, representando essa faixa de idade, foram incluídos no Censo 2022. A distribuição racial nesse grupo é composta por 10,8% de pretos, 0,3% de amarelos e 0,7% de indígenas.
Os brasileiros com 75 anos ou mais representam o grupo em que a maioria se declara branca, totalizando 55,6%. No entanto, esse número apresentou uma diminuição em relação ao Censo de 2010, quando era de 58,0%.
Em entrevista ao G1, o presidente do IBGE, Márcio Pochmann, destacou o impacto da conscientização racial nos resultados da pesquisa. “O trabalho político de conscientização, de melhor empoderar a realidade do povo brasileiro, permitiu que o Censo fosse cada vez mais percebido como avanço da população não branca no Brasil. Isso é uma expressão de uma conscientização que está em curso no Brasil”, afirmou.
A distribuição racial varia significativamente por regiões do país. Os pardos são a maioria nas regiões Nordeste (59,6%), Norte (67,2%) e Centro-Oeste (52,4%). Os brancos predominam no Sul (72,6%), sendo quase metade da população no Sudeste (49,9%). As regiões com as maiores concentrações de população preta são o Nordeste (13%) e o Sudeste (10,6%).
Em relação aos municípios, os pardos são majoritários em 3.248 das 5.570 cidades, enquanto os brancos lideram em 2.284. Os indígenas são predominantes em 33 cidades, e a população preta lidera em 9.
Esses dados refletem uma mudança significativa na composição racial do Brasil e demonstram a importância da conscientização e do debate sobre questões raciais na sociedade brasileira. O Censo 2022 é uma ferramenta essencial para compreender as dinâmicas populacionais do país, alimentando discussões e políticas públicas voltadas para a promoção da igualdade.