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É atribuída a Daniel Patrick Moynihan a frase “todo mundo tem direito à sua própria opinião, mas não a seus próprios fatos”.
Tem aí um fundinho positivista que incomoda um pouco. Mas no Brasil de hoje o recado parece necessário.
Num dia, o marxismo cultural influenciou a Revolução Francesa. No outro, o nazismo é de esquerda. No outro, Stálin ganhou dois prêmios Nobel da Paz. No outro, Marx fez autocrítica depois da Primeira Guerra Mundial.
Sem falar que a terra é plana, o sol gira em torna da terra, o mercado desregulado promove a felicidade de todos e Olavo de Carvalho é um intelectual.
Agora, é uma tal de Maristela Basso, que o Google me diz que é professora livre-docente de Direito Internacional da Faculdade de Direito da USP (!), que foi para um debate na Jovem Pan dizer que Simón Bolívar estava do lado errado da história porque foi muito influenciado pelo comunismo de Marx e de Lênin.
Quanto Bolívar morreu, Marx era uma criança de 12 anos. E não é só que Lênin não tinha nascido: os pais de Lênin ainda não tinham nascido.
Não vou zoar dos meus amigos da USP porque sei que aqui na UnB também tem umas assombrações. E pega mal. Ter colega conservador ou mesmo reacionário é da vida. Mas esse tipo de exposição pública de ignorância abissal mancha o nome da instituição.
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Luís Felipe Miguel é professor da UnB, coordenador do Demodê – Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades.
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PS: Maristela Basso é também sócia do escritório que patrocinou ações pelo impeachment de Dilma Rousseff. Leia mais em Quem são os especialistas suspeitos que a velha imprensa usa para demonizar Favreto.