Desde que afirmaram que seguiriam postura neutra em questões políticas, padres e fiéis da Paróquia Nossa Senhora do Desterro, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, relatam que estão sofrendo ameaças e intimidações de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). A igreja se encontra fechada.
Nesta quinta-feira (27), um ato em prol da campanha de reeleição do chefe do Executivo aconteceu em frente à igreja, onde um palanque foi montado. No entanto, na segunda-feira (24), organizadores do evento começaram a remover o gradil que cerca a igreja e a Praça Dom João Esberad sem comunicar a prefeitura. Árvores também foram cortadas. Com informações do G1.
No último sábado (22), os padres foram procurados por um deputado da região recém-eleito e seu segurança para participarem do ato, mas negaram. Também foi negado o acesso da equipe de Bolsonaro ao espaço interno da igreja, que seria usado para acolher a comitiva do presidente, motivo que fez com que os simpatizantes do ex-capitão começassem a fazer ameaças a padres residentes na paróquia e a funcionários.
Após a abordagem no sábado (22), os padres relataram movimentos estranhos em frente à igreja e que desde a construção do palco, eles ficaram isolados. “Por fim, notamos alguns carros estranhos parados em frente à igreja e, seguindo orientação da Arquidiocese, suspendemos todas as nossas atividades por medida de segurança”, disse um dos religiosos. “Eles construíram o palco em frente à igreja e ficamos isolados. Estamos sem sair desde segunda-feira”.
Diante disso, 12 missas que aconteceriam ao longo da semana foram suspensas. O café da manhã servido à população de rua também deixou de ser oferecido, assim como às visitas para levar os sacramentos a doentes, uma vez que os padres estão isolados.