A cúpula da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) tem se articulado para evitar que um relatório contra “cristãos de esquerda” se torne uma posição institucional. O debate surgiu após uma consulta feita pelo Supremo Concílio da igreja, a instância decisória máxima da igreja. A informação é da Folha.
Em relatório, o pastor Osni Ferreira sugeriu que a Igreja Presbiteriana criasse uma comissão para repudiar o “pensamento de esquerda” dentro de suas sedes. No documento, ele ainda pediu que a IPB firmasse posição contra cristãos de esquerda ou progressistas, os quais deveriam ser advertidos a respeito de “suas inconsistências” por pastores da igreja. Eles até poderiam serem afastados de seus cargos.
No entanto, na manhã da última sexta-feira (29), o pastor Cid Pereira Caldas apresentou outro formulário em que é constado que a “IPB tem mantido equidistância de radicalismos” e que defende não ser “finalidade da IPB manifestar-se sobre partidos políticos”.
O relatório substitutivo foi aprovado pelo Supremo Concílio por 738 votos a 538 e manteve o entendimento da IPB de 1954, que diz haver “incompatibilidade entre o comunismo ateu e materialista e a doutrina bíblica”.
Após a derrota, Osni Ferreira, que apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL), amenizou a consulta e afirmou que não seria uma perseguição.
“Toda vez que eu respondia a uma pergunta, eu falava que não estávamos tratando de candidato A ou B. Claro que você tem um candidato, claro que eu tenho. Isso é uma liberdade do pastor. O voto é secreto, é da consciência. O que nós estamos falando é que o cristão ou o presbiteriano não deve votar em nenhum candidato que defende princípios que a Bíblia é contra”, afirmou ele na última sexta.