‘I’ll say it again’: é ‘ridiculous’ o futebol jogado no Brasileirão

Atualizado em 2 de outubro de 2014 às 16:47
Um pequeno pesadelo futebolístico a partida entre Corinthians e Cruzeiro
Um pequeno pesadelo futebolístico a partida entre Corinthians e Cruzeiro

De Manchester

Ladies & Gentlemen

Boss me conta que houve um certo alarido nacionalista contra minhas considerações a respeito do baixo – baixíssimo, I’d say – do Brasileirão.

Que eu deveria fazer? Fingir? Mentir?

Boss gentilmente liberou minha viagem a minha Manchester natal neste final de semana para ver, ao vivo, o grande derby da cidade.

Ladies & Gentlemen: não parece o mesmo esporte. City e United jogaram football. O que vi pela televisão do hotel, depois, do Brasileirão foi outra coisa. Parecia coisa da segunda divisão inglesa.

Os jogos – lamento, primeiro porque sou um velho admirador da arte brasileira – têm todos os defeitos que poderiam ter. São feios, truncados, asperamente monótonos. Os gramados são carecas e irregulares. E as arquibancadas estão sempre vazias.

Será que ninguém percebe que os estádios são grandes demais para o tamanho das torcidas? O que é isso: megalomania ou dumbness (burrice)?

Hoje, escolhi Corinthians e Cruzeiro. Um pequeno pesadelo futebolístico. Disgusting. O ataque do Corinthians tem a impotência de cem eunucos. Parece que a única forma de o time meter gols é jogando sem adversário.

O Cruzeiro, virtual campeão, é um pouco melhor. Mas não muito. É uma equipe médio que se beneficia da ruindade generalizada dos adversários.

Mereço um aumento. Ver os jogos do Brasileirão é uma forma de tortura. O que salva minha sanidade, a esta altura, são lances cômicos como a comemoração triunfal da torcida e dos jogadores do São Paulo depois que a equipe venceu um jogo medonho que, temporariamente, o tirou da relegation zone. Boss disse, na ocasião, rindo, uma coisa que não entendi. “Think they will go to Paulista.” Depois ele me explicou a piada. Foi minha vez de rir.

Sincerely.

Scott

Tradução: Erika Kazumi Nakamura