Por Fernando Brito
Primeiro, vamos colocar a coisa no lugar.
A “paradinha” de Bolsonaro, mandando parar o carro para falar com apoiadores do cercadinho (aliás, hoje sem cerca), é um evento promocional.
E que o cercadinho é um “ímã” de malucos e fanáticos, que se revezam todos os dias para “aparecer” ao lado do presidente e se promoverem com seus “alô, mamãe” é outra verdade inamovível.
Partindo disto, o que revela o incidente “Tchuchuca do Centrão” ocorrido hoje, quando Jair Bolsonaro foi provocado por um dos siderados que acha que bater boca com o presidente da República é o que Bolsonaro faz parecer a forma de exercer o comando do país: discutir como na porta de um botequim?
A primeira evidência é a de que Jair Bolsonaro está de cascos indóceis, em razão das frustrações recentes e sucessivas já relatadas aqui.
A segunda, é a de que ele procura, não se sabe em que grau de imprudência, situações de confronto que o possam colocar como vítima de agressão. Ninguém de bom senso avança sobre uma pessoa visivelmente desequilibrada como o personagem com que Bolsonaro se atracou hoje, anida mais tendo um séquito de profissionais qualificados para fazer isso com muito menos impacto e precaução e, não sendo a figura presidencial, que não pode se expor, claro, a uma troca de socos ou, ainda pior, a um evento com armas.
Depois da explosão, Bolsonaro fez uma tentativa de “remendo”e voltou para uma “conversa” com seu ex-apoiador. E dizendo que é um democrata. Algo perigoso, porque sinaliza que ficam impunes ações temerárias como a do tal sujeito. afinal um bolsonarista.
Aliás, uma figura “manjada”, que há quatro meses já tinha protagonizado uma discussão com Bolsonaro, em condições parecidas.
Devemos tomar cuidado com este tipo de situação, porque o que aconteceu hoje, de alguma forma, “normaliza” a confrontação violenta aos candidatos, inclusive com a escalação de “kamikazes” que venham a fazer isso em relação a Lula.
Lembremo-nos sempre de que a selvageria é a arma do adversário, não a nossa.