Imagens capturadas por satélites da NASA mostram a drástica mudança na iluminação da Grande São Paulo antes e depois do apagão causado pela tempestade que atingiu a região na última sexta-feira, 11 de outubro.
Os registros foram processados pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), fundado pelo pesquisador Humberto Barbosa, pós-doutor pelas universidades de Bergen, na Noruega, e Colônia, na Alemanha. Com informações do G1.
Na imagem do dia 11 de outubro, a região metropolitana da capital aparece completamente iluminada, com um brilho pulsante. No entanto, a situação era muito diferente no dia 12, quando o brilho se tornava muito menos intenso, apresentando um leve borrão visto do espaço, resultado da umidade atmosférica pós-chuva.
Humberto Barbosa, professor associado da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), explica que dois fatores principais podem ter contribuído para a formação da tempestade: a grande quantidade de umidade na atmosfera e um sistema de baixa pressão que atuou como gatilho.
“Uma intensa corrente de jato de baixo nível se juntou a uma frente fria. Isso resultou na formação de uma tempestade arqueada ou em formato de curva, provocando rajadas de vento muito intensas, em direção ao litoral”, afirmou.
De acordo com Barbosa, os pontos mais escuros nas imagens refletem as áreas onde o apagão foi mais intenso e prolongado, especialmente em uma captura feita no domingo, 13 de outubro.
“A gente percebe que, ao passar das primeiras 24 horas, quando entra ali nas 48 horas, 72 horas, você percebe que, mesmo depois de a estar atmosfera um pouco mais seca, a periferia de São Paulo é onde está a maior parte ainda sob falta de energia”, destacou.
A concessionária Enel Distribuição SP informou que, até as 18h30 da segunda-feira, 14, 338 mil imóveis na Grande São Paulo ainda estavam sem energia elétrica, no terceiro dia do apagão. A Defesa Civil reportou sete mortes na região metropolitana e no interior do estado em decorrência da tempestade.
A Enel anunciou que, em acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), cumprirá o prazo de três dias para restabelecer completamente o fornecimento de energia a todos os clientes. Para atender a casos críticos, a empresa disponibilizou 500 geradores, sendo 40 de grande porte, para serviços essenciais, como hospitais, e para clientes que dependem de eletricidade para manter equipamentos hospitalares.
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