As negociações de cessar-fogo entre Israel e o Hamas enfrentam obstáculos significativos devido a divergências nos termos do acordo. As discussões recentes, que ocorreram no Cairo, foram marcadas por uma paralisação devido à falta de confiança e ao impasse em questões cruciais.
Autoridades israelenses não enviaram uma delegação para participar das conversas porque suas exigências não foram atendidas, enquanto o Hamas busca garantias substanciais de que qualquer trégua seja duradoura, receando um colapso do acordo após a liberação dos primeiros reféns.
O governo israelense expressou sua preocupação com a falta de informações fornecidas pelo Hamas sobre os reféns mantidos em Gaza. Eles solicitaram uma lista detalhada dos sequestrados, tanto vivos quanto mortos, além de proporções claras sobre a quantidade de prisioneiros palestinos que seriam libertados em troca de cada refém.
A ausência desses dados tem dificultado as negociações, com Israel estimando que mais de 130 pessoas ainda estejam detidas pelo Hamas, e pelo menos 31 delas possam ter sido mortos durante o cativeiro.
Posição do Hamas
Por sua vez, o Hamas expressou desconfiança em relação às intenções de Israel, afirmando que o país está frustrando os esforços de negociação ao recusar-se a encerrar suas operações militares, retirar suas tropas e garantir a livre entrada de ajuda humanitária em Gaza.
O grupo também destacou que as negociações estavam focadas principalmente na primeira fase do acordo, que envolve a libertação de 40 reféns, enquanto eles desejam avançar para uma segunda fase que aborde questões mais abrangentes para encerrar permanentemente o conflito.
“O Hamas está procurando as maiores garantias em troca da libertação [dos reféns], porque quando os libertar, não terá mais como pressionar Israel”, disse Mabel González Bustelo, especialista em mediação internacional e resolução de conflitos do Instituto de Estudos sobre Conflitos e Ação Humanitária (Iceah).
“As negociações de cessar-fogo são muito difíceis, quase tanto quanto as do final de uma guerra”.
Apesar das declarações, Israel teme que essas concessões possam resultar em uma reorganização das atividades militares do Hamas. Além disso, há discordâncias sobre a libertação de prisioneiros considerados extremistas por Israel, como Marwan Barghouti, que cumpre múltiplas penas de prisão perpétua desde 2002.
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