O presidente Lula criticou a invasão da embaixada do México em Quito, no Equador, e afirmou que o episódio é “simplesmente inaceitável”. Durante discurso na cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), o petista diz que o caso impacta toda a região.
Para Lula, o Equador ainda deve pedir desculpas ao México. “O que aconteceu em Quito, no último dia 5, é simplesmente inaceitável e não afeta só o México. Diz respeito a todos nós. Um pedido formal de desculpas por parte do Equador é um primeiro passo na direção correta”, afirmou.
O petista diz que nunca ocorreu um episódio similar na região, “nem nos piores momentos de desunião e desentendimento registrados na América Latina e no Caribe” ou nos períodos de ditaduras militares. “Absolutamente nada justifica a cena a que assistimos em Quito. Nosso desafio agora é o de encontrar caminhos para a reconstrução da confiança e do diálogo”, prosseguiu.
A invasão da embaixada ocorreu no dia 5 de abril, quando um grupo de policiais entrou no local para prender Jorge Glas, ex-vice-presidente do Equador condenado a seis anos de prisão por corrupção. Ele recebeu asilo político do México e estava no local, em Quito, desde dezembro de 2023.
O acordo com a Convenção de Viena sobre as Relações Diplomáticas, de 1961, estabelece que órgãos diplomáticos como embaixadas e consulados são considerados invioláveis e território dos países que representam. Equador e México aderiram ao documento na década de 1960.
Durante seu discurso, que não foi transmitido, mas teve o texto divulgado pela assessoria, Lula ainda propôs formar uma comissão com países da Celac para “acompanhar junto ao governo equatoriano, a evolução da situação e da saúde do ex-vice-presidente Jorge Glas”.