A maioria dos candidatos beneficiados por doações privadas de grande vulto não conseguiu se eleger no pleito deste ano, aponta levantamento da Folha de S.Paulo.
Dos 50 que mais receberam dinheiro dos doadores particulares, 27 foram derrotados. O nome mais importante é o do presidente Jair Bolsonaro (PL), que buscava a reeleição. Ele recebeu uma quantia de R$ 88 milhões vinda de diferentes doadores privados.
Na sequência, aparecem quatro nomes ligados ao bolsonarismo. Entre eles, somente Tarcísio de Freitas se saiu vitorioso. O candidato ao governo de São Paulo pelo Republicanos recebeu R$ 39 milhões para a sua campanha. Os demais são Onyx Lorenzoni (PL), Roberto Argenta (PSC) e Marcos Rogério (PL). Os dois primeiros foram derrotados na eleição para governador do Rio Grande do Sul (RS), e Marcos Rogério chegou ao segundo turno, mas foi superado pelo candidato Coronel Marcos Rocha em Rondônia (RO).
Rubens Ometto, agroempresário com negócios principalmente na área de energia, se destacou como o doador privado que mais distribuiu dinheiro. Cerca de R$ 7,4 milhões foram destinados a vários políticos, especialmente para aqueles que compunham o arco de alianças de Jair Bolsonaro (PL). Ometto também foi o maior doador individual na última eleição majoritária, em 2018.
Em segundo lugar aparece Frederico Gerdau Johannpeter, da empresa Gerdau, com R$ 6,9 milhões. A maior parte da quantia foi direcionado para dois bolsonaristas: Onyx Lorenzoni (PL), no Rio Grande do Sul, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo.
O dinheiro de fonte privada destinado à campanha eleitoral em 2022 totalizou pouco mais de R$ 1,01 bilhão. Os maiores doadores são dos setores de calçados, finanças, consultoria jurídica, agronegócio e energia, responsáveis por 60% das contribuições.