No seu esforço para bajular Jair Bolsonaro, Datena passou recibo, em nome dos bolsonaristas mais radicais, de que está incomodado com a ascensão de Luiz Henrique Mandetta. Ele criticou o vídeo divulgado nas redes que mostra o apreço da equipe do Ministério da Saúde pelo ex-chefe da pasta.
Foi um vídeo gravado por terceiros. Nele, Mandetta é homenageado pela equipe, que o cumprimenta e canta, acompanhada pelo próprio ex-ministro.
“Não tem vergonha na cara”, diz Datena.
Eterno candidato a candidato a algum cargo majoritário — seja prefeito, governador ou presidente –, Datena diz algo que não corresponde à verdade. “Foi Mandetta quem mandou os médicos cubanos embora”, disse.
Não foi.
Foi o próprio Bolsonaro, antes da posse, em razão da ameaça que hostilidade que existia desde o tempo da campanha, o que parece ser uma cartilha recomendada pelos EUA.
Na Bolívia, quando a extrema direita gospel deu o golpe em Evo Morales, os médicos cubanos também foram expulsos. Lá formalmente. Aqui pela retórica de Bolsonaro.
Mandetta foi contra a implantação do Mais Médicos, isso sim, seguindo posição daqueles que se opunham ao governo de Dilma Rousseff.
Como ministro, ele até viabilizou a volta os médicos cubanos que ficaram no Brasil, mas não eram aceitos pelo governo Bolsonaro. Durante a pandemia, abriu brecha legal para que se inscrevesse no antigo anMais Médicos.
Mandetta não foi nenhuma Brastemp como ministro. Mas fez o mínimo que se espera de um gestor na área da saúde. Teve um mérito: valorizou o SUS pelo menos da boca para fora. E cresceu quando se afastou de Bolsonaro, o presidente que Datena, sabe-se em troca de que, apoia com entusiasmo.