Ricardo Mello Araújo, candidato a vice-prefeito na chapa de Ricardo Nunes, afirmou em entrevista à Folha que nunca se preocupou em contar o número de pessoas que matou durante sua carreira na polícia. Coronel da reserva da Polícia Militar, Mello Araújo liderou a Rota, uma das unidades mais temidas da polícia paulista. Em sua trajetória de 32 anos na corporação, ele acumulou casos de confronto e mortes em serviço, mas ressaltou que sempre agiu dentro da lei.
Em um dos casos, ocorrido no ABC, Mello Araújo relatou que perseguiu um suspeito que havia estuprado uma mulher e se escondido em um esgoto. Após uma troca de tiros, o suspeito morreu. Ele destacou que a troca de tiros foi inevitável e que seguiu todos os procedimentos previstos em situações de confronto. O caso foi arquivado.
Outro incidente aconteceu na zona leste de São Paulo, onde Mello Araújo interveio após um policial ser morto e uma policial feminina ter sido baleada. Ele entrou no local e, em um ambiente repleto de sangue e corpos, teve outro confronto que resultou na morte do criminoso.
Indicado por Jair Bolsonaro
Para consolidar o apoio do ex-presidente na candidatura de Ricardo Nunes, Mello Araujo foi escolha de Bolsonaro para ser o vice do atual prefeito. De acordo com o coronel, eles se conheceram por conta de uma entrevista na Folha de S. Paulo.
“Eu comandava a Rota [em 2018]. Um repórter do UOL perguntou: em quem você vai votar? Eu não fujo de perguntas. “No deputado Bolsonaro”. Ele perguntou por que e ainda falou “sendo que seu chefe é o [Geraldo] Alckmin, que é candidato a presidente”. Eu respondi porque a gente precisa de pessoas honestas na política. Passados alguns dias, o deputado foi à Rota, me agradeceu. [Em 2020] ele me fez o convite para a Ceagesp. Coloquei no Google Ceagesp. Só corrupção, tráfico de droga, prostituição. Aí entendi: ele está precisando de alguém para botar ordem. Isso aí eu sou bom”, acrescentou.
Mello Araujo também está sempre presente em manifestações do ex-presidente e defende que Nunes tem os mesmos ideias de Bolsonaro. “Vai falar que ele não é família? Ele carrega Deus, sempre esteve na igreja. Carrega bandeiras de família, pátria, liberdade. Vi vídeos dele sobre ideologia de gênero. Aí o outro lado põe que ele é a favor do aborto, ele é contra. Agora, eu não conheço ele profundamente, talvez muita coisa pense diferente. Acho muito bom. Onde pensar diferente, a gente vai conversar para chegar ao meio-termo. Por exemplo, ele errou no passaporte vacinal. Ele mesmo se desculpou”, completou.