Indicadores mostram que Brasil retrocedeu sob Bolsonaro

Atualizado em 31 de dezembro de 2022 às 16:09
Jair Bolsonaro
Foto: Reprodução

Nos últimos quatro anos, o Brasil passou por retrocessos em áreas como educação, saúde, meio ambiente e área social. É o que mostra a evolução de mais de 100 indicadores do país de 2019 a 2022. Sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), o país registrou piora em 63 pontos, melhora em 29 e estabilidade em outros 10, segundo a Folha de S.Paulo.

Na economia, os números mostram um equilíbrio precário. O cenário é de  incertezas e de alguns avanços obtidos mediante alto custo social. Bolsonaro encerra o mandato neste sábado (31) sem uma marca positiva relevante.

Comandada nesses quatro anos pelo ministro Paulo Guedes, o cenário da economia é de equilíbrio nos números, com piora em 23 indicadores, melhora em 22 e estabilidade em 4. Mas, parte dos bons resultados está amparada nas medidas eleitoreiras tomadas pelo governo em 2022 na tentativa de reeleger Bolsonaro, como a desoneração que permitiu a redução de preços da gasolina e da conta de luz mediante corte na receita de estados e União.

Parte do retrocesso também tem relação com os efeitos da pandemia e da guerra da Ucrânia, que trouxeram incerteza ao cenário mundial e fizeram a inflação disparar nos países.

O desempenho atual mostra estabilidade, no entanto, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) permaneceu cerca de um ano nos dois dígitos, o que diminuiu o poder de compra dos brasileiros, principalmente dos mais pobres.

Mesmo com as medidas eleitoreiras em 2022, o índice vai ficar pelo segundo ano consecutivo acima do teto da meta de inflação.

A taxa básica de juros (Selic) saiu, em março de 2021, do seu mínimo histórico (2%) para encerrar 2022 em 13,75% ao ano. O encarecimento do crédito levou ao aumento do endividamento das pessoas e da inadimplência.

Com o impulso no setor de serviços após as restrições na pandemia e uma melhora no mercado de trabalho, o ritmo da atividade econômica veio mais forte do que o esperado nos dois últimos anos. Em 2022, o PIB (Produto Interno Bruto) deve ter alta de cerca de 3%.

O resultado fiscal, depois de registrar piora nas contas públicas com os gastos para o enfrentamento da pandemia, o governo espera fechar o ano com R$ 36,9 bilhões de superávit primário, sendo o primeiro desde 2013.

Apesar do feito, boa parte do ganho veio do impulso inflacionário sobre a arrecadação e de outras receitas atípicas, como dividendos extras de estatais.

Entre os pontos positivos, houve melhora no mercado de trabalho, embora a informalidade ainda permaneça alta e a renda média do trabalhador, abaixo de quatro anos atrás.

Na saúde, 6 indicadores pioraram, 1 ficou estável e 1 melhorou. A cobertura vacinal infantil, que já estava em queda antes do governo Bolsonaro, se agravou durante sua gestão, especialmente em um período de pandemia.

Alguns dos piores resultados dos últimos quatro anos também estão na área ambiental e agrária. Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram explosão de desmatamento na Amazônia Legal e no cerrado, ao passo que no Pantanal teve a maior área queimada já registrada em um único ano (2020).

Na área social, a pobreza e a fome voltaram a subir de forma acelerada, com o país colecionando uma série de piora nos indicadores, como IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), pobreza e desigualdade de renda.

A educação básica, que chegou a ser apontada como prioridade, teve os menores orçamentos da década. Os indicadores de aprendizado recuaram em todo país, especialmente com o fechamento de escolas na pandemia. Universidades federais também foram deixadas à míngua e ameaçaram fechar campi por falta de dinheiro.

De acordo com a Folha, para o levantamento, foram coletados dados e estudos de órgãos oficiais nacionais e internacionais, além de fóruns, órgãos de classe e instituições privadas. Também foram ouvidos especialistas, além dos respectivos ministérios.

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