Na próxima terça-feira (27), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma o julgamento que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível. Há planos para que a sessão seja prolongada até as 23 horas para que o ministro Benedito Gonçalves, relator do caso, conclua seu voto sobre o ex-capitão.
Na última quinta-feira (22), o tribunal iniciou o julgamento com a leitura do relatório e as sustentações orais dos advogados de acusação, de defesa e do representante do Ministério Público Eleitoral. A sessão começou às 9h e seguiu até 12h30.
O ex-chefe de estado brasileiro é acusado de ter praticado abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante a reunião promovida com embaixadores, em julho do ano passado, no Palácio do Alvorada. Na ocasião, Bolsonaro atacou o sistema eleitoral brasileiro contestando a idoneidade e funcionamento das urnas eletrônicas.
A defesa do ex-capitão, sobre as acusações, argumentou dizendo que o encontro foi um “diálogo institucional” no qual o ex-presidente, “talvez em tom inadequado”, possa ter feito colocações para aprimorar o sistema de coleta de votos, e que o caso deveria resultar apenas em multa ao ex-presidente.
Além das falas relacionadas ao sistema eleitoral, a “minuta do golpe”, encontrada na casa de Mauro Cid, tenente-coronel e ex-braço direito de Bolsonaro, também foi apresentada como prova contra o ex-mandatário. O documento sugeria ao ex-chefe do Executivo uma intervenção no TSE e tinha como principal objetivo interferir diretamente no resultado das eleições.
A previsão é que o julgamento termine na próxima quinta-feira (29), com os votos dos outros seis ministros da corte. Entre eles, foi acertado que os votos sejam breves com, no máximo, meia hora de duração.