Inflação acelera para 0,23% em agosto, mas fica abaixo das expectativas

Atualizado em 12 de setembro de 2023 às 11:50
Cédulas de real. (Foto: Reprodução)

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), responsável por medir a inflação oficial do país, acelerou para 0,23% em agosto. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nesta terça-feira (12).

Os resultados ficaram abaixo das expectativas dos agentes financeiros, conforme as Projeções do Broadcast, que estimavam uma alta mensal de 0,28% e uma expansão a 4,66% no acumulado em um ano.

A energia elétrica foi o produto que mais impactou a inflação de agosto. O principal responsável pelo resultado veio do grupo da habitação, com destaque para a energia elétrica residencial, que subiu 4,59% no mês.

“O aumento na energia elétrica foi influenciado principalmente pelo fim do bônus de Itaipu, que foi incorporado nas contas de luz de todos os consumidores do SIN (Sistema Interligado Nacional) em julho e que não está mais presente em agosto”, disse André Almeida, gerente do IPCA.

O grupo Alimentação e bebidas também apresentou queda. O resultado foi puxado principalmente pelo recuo nos preços da alimentação no domicílio (-1,26%).

Entre os produtos que ficaram mais baratos em agosto, estão batata inglesa (-12,92%), feijão carioca (-8,27%), tomate (-7,91%), leite longa vida (-3,35%), frango em pedaços (-2,57%) e carnes (-1,9%).

No geral, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, seis tiveram alta em agosto, sendo eles; habitação: 1,11%; educação: 0,69%; saúde e cuidados pessoais: 0,58%; vestuário: 0,54%; despesas pessoais: 0,38% e transportes: 0,34%.

A inflação é estritamente acompanhada pelo Banco Central, que analisa os dados para definir os juros que serão empregados no país.

Neste cenário, o IPCA é um dos principais indicadores usados pelo BC para fazer ajustes na Selic. Quando a inflação está alta, o BC sobe a Selic para tentar promover uma “compressão” da base monetária, afim de promover uma  menor circulação da moeda no país para que não ocorra uma superdesvalorização da mesma.

Em um cenário positivo, por sua vez, caso os índices de inflação estejam baixos, a estratégia a ser adotada é a de redução da táxa básica de juros, que acaba expandindo a base monetária do país, gerando impacto direto no consumo da população e juros mais atrativos no mercado.

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