Insatisfação com governo Bolsonaro fez número de eleitores jovens voltar a crescer

Atualizado em 19 de julho de 2022 às 13:51
Título de eleitor
Número de eleitores jovens cresce após duas décadas
Foto: Reprodução/TSE

O número de jovens entre 16 e 17 anos aptos a votar voltou a crescer no país após duas décadas em queda, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A última vez em que esse aumento foi registrado foi em 2002.

O movimento acontece como uma tentativa de muitos jovens de escolher um novo presidente da República e evitar que o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) seja reeleito.

Desde o início do governo, Bolsonaro enfrenta resistência com o público mais jovem justamente por pregar o conservadorismo, além de impor políticas que prejudicam o meio ambiente, pauta que é defendida por muitos dos mais novos.

Os dados da Justiça Eleitoral indicam que o número de jovens com menos de 18 anos que podem votar passou de 2,2 milhões, em 2002, para 1,4 milhão em 2018, quando foi registrado o número mais baixo da série histórica. Atualmente são 2,1 milhões. Não é possível analisar os dados de 1989 porque não está disponível o recorte de idade.

Segundo o cientista político e diretor geral do Movimento Voto Consciente, Humberto Dantas, ouvido pelo G1, um estímulo para essa ação foi o fato de a discussão sobre a eleição presidencial deste ano ter começado mais cedo, com dois candidatos — Lula (PT) e Bolsonaro (PL) — concentrando a maior parte dos votos em pesquisas eleitorais.

“Isso mostra que a população está muito dividida entre duas propostas e universos, e talvez os jovens tenham conseguido olhar isso e estão se posicionando, seja pró Lula ou pró Bolsonaro”, disse.

Outro fator que está relacionado é a mudança na forma como a Justiça Eleitoral se comunicou com os jovens neste ano.

De acordo com Humberto Dantas, antes o TSE optava por fazer uma comunicação mais tradicional, com destaque para campanhas na televisão. Mas, isso mudou neste ano com a Justiça Eleitoral aumentando a presença em meios virtuais e aproveitando o engajamento de influencers.

A manifestação de artistas nas redes sociais também pode ter influenciado na decisão dos jovens. A cantora Anitta foi uma grande incentivadora para que os jovens tirassem o título e fossem às urnas neste ano.

No final de março, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou dados mostrando que a campanha feita com o apoio de famosos para que jovens tirem o título de eleitor gerou efeito. Foram quase 100 mil novos títulos solicitados em todo o território nacional durante os dias 14 e 18 de março de 2022, com a campanha ‘Semana do Jovem Eleitor’

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