“Insustentável”: Governo avalia demitir cúpula da Abin após esquema de espionagem ilegal

Atualizado em 26 de janeiro de 2024 às 12:09
Fachada da entrada da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), no Setor Policial Sul, em Brasília. Foto: reprodução

O governo Lula está avaliando a demissão da cúpula da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em meio ao progresso das investigações da Polícia Federal (PF), que apontam para um possível conluio na atual gestão para proteger envolvidos em um esquema de espionagem ilegal conhecido como “Abin Paralela”.

De acordo com informações do Blog da Andréia Sadi, do G1, investigadores da PF classificaram a permanência dos membros do comando da agência como “insustentável”. Há uma corrente que defende a demissão do diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, e do diretor Alessandro Moretti.

Na última quinta-feira (25), agentes da PF realizaram buscas em endereços do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da agência durante o governo Bolsonaro, apreendendo quatro computadores, seis celulares e 20 pendrives. Entre os objetos apreendidos, constam um notebook e um celular da Abin.

Luiz Fernando Corrêa
Diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa. Foto: reprodução

Luiz Fernando Corrêa, que conta com a confiança do ministro da Casa Civil, Rui Costa, terá um papel crucial na decisão sobre as demissões. Vale destacar que a nomeação de Alessandro Moretti, ex-número 2 de Anderson Torres, desencadeou uma disputa nos bastidores do governo.

Na decisão que autorizou a operação da PF, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmou que o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, teria utilizado a agência para realizar espionagem ilegal em benefício da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Entre as autoridades espionadas estão a ex-deputada Joice Hasselmann, o ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, entre outros políticos.

As investigações da PF sugerem que a Abin foi “instrumentalizada” para monitorar ilegalmente diversas autoridades, incluindo pessoas envolvidas em investigações e opositores da gestão bolsonarista.

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