Na tarde deste domingo (25), um adolescente de 15 anos, integrante do MBL (Movimento Brasil Livre), foi agredido por apoiadores de Guilherme Boulos (PSOL) na Avenida Paulista, durante um ato de campanha. O jovem estava infiltrado em grupos do PSOL, e enviava mensagens perguntando o paradeiro do candidato a deputado federal.
Durante caminhada da campanha do psolista, o MBL estrategicamente usou um garoto menor de idade para agredir e colocar um celular no rosto de Boulos. A situação deu início a um confronto entre os dois grupos.
De acordo com as mensagens obtidas pelo Folha, enviadas a partir de agosto, o jovem se passou por um apoiador do partido, e começou a perguntar em diferentes ocasiões a respeito da agenda de Boulos, manifestando vontade de participar desses eventos.
Os apoiadores do líder do candidato consideraram a participação do adolescente nos grupos e seu interesse particular em Boulos como uma intenção de criar conflitos.
O garoto confirmou à Folha que de fato estava nos grupos, e que seu objetivo era encontrar Boulos para questioná-lo politicamente. Ele informou que agiu por iniciativa própria, sem conhecimento do MBL.
“Entrei nos grupos de apoio ao Boulos com objetivo de encontrar o mesmo e realizar o questionamento. Realizei essa investigação por iniciativa própria com o objetivo de expor a hipocrisia da esquerda, mas nunca com esse objetivo de causar confusão”, afirmou.
“Perguntei ao Boulos se ele é um adepto da democracia porque defende regimes ditatoriais como o de Cuba, no qual ninguém pode se manifestar. Fiz essa pergunta pois acho um absurdo ele alegar ser um defensor da democracia e demonstrar o contrário. O próprio MTST, movimento defendido pelo Boulos, depreda o patrimônio público em suas manifestações. Indignado com isso, decidi por iniciativa própria questionar ele”, completou.
Alguns dos membros do PSOL encontraram mensagens do final do ano de 2020, na qual o rapaz pedia uma entrevista com Boulos.
“Agora me recordo deste fato, convidei o até então pré-candidato à prefeitura da cidade para uma entrevista”, disse o adolescente.
O MBL informou que não sabia que o seu integrante estava se infiltrando nos grupos do PSOL, nem sobre os questionamentos que faria, e que estava junto dos pais na avenida Paulista.
Após os incidentes, o candidato a deputado federal se posicionou em sua conta no Twitter.
Veja as publicações:
Mais uma vez os métodos baixos e desesperados do MBL. E, pior, com apoio de PMs bolsonaristas! pic.twitter.com/H4fzFUWqKL
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) September 25, 2022
Nunca falha… Não vamos nos intimidar nessa reta final! pic.twitter.com/ElPSbqjDVC
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) September 26, 2022