O setor de inteligência da Polícia Rodoviária Federal havia informado a cúpula da corporação de que poderia haver mobilização de bolsonaristas nas estradas em caso de derrota do presidente Jair Bolsonaro.
A morosidade em promover a desmobilização dos bloqueios golpistas vem despertando desconforto no órgão.
Em alguns grupos de mensagens da PRF circularam no dia 24 de novembro uma convocação para o dia 30, convidando os caminhoneiros a acompanhar o resultado do pleito “na beira das BRs”.
De acordo com a apuração de Malu Gaspar, em O Globo, a PRF não se programou para combater essa movimentação, diferentemente do que ocorreu em situações similares, como, por exemplo, na greve dos caminhoneiros de 2018.
Internamente, atribui-se esse “corpo mole” à ingerência política na PRF.
Não seria o primeiro episódio que evidenciaria tal interferência: as ações praticadas no dia da eleição, com diversos comandos simultâneos nas estradas impedindo ônibus com eleitores de chegarem a seus destinos, já sinalizava isso. Silvinei Marques, seu diretor-geral, é apadrinhado por Flávio Bolsonaro.