Na terça-feira, primeiro dia do 11º Fórum de Governança da Internet, conferência convocada pela ONU, e que vai até sexta-feira na cidade do México, a Internet Society urgiu a comunidade mundial da internet a redobrar esforços para tratar de desafios sem precedentes para a web.
Falando a representantes de governos, setor privado, ONGs e acadêmicos de todo o mundo, a presidente da sociedade, Kathryn Brown, enfatizou a importância da internet na criação de oportunidades sociais e econômicas, na aceleração do progresso humano e no desenvolvimento de sociedades baseadas no conhecimento. Pediu também à comunidade que se envolva para encarar os complicados desafios surgidos na web neste século.
“A internet aberta, confiável e global cumpriu sua promessa como ferramenta para mudar vidas, fortalecer o crescimento e fornecer serviços humanos essenciais – mas o progresso tem sido desigual e ameaçado por desafios que cresceram, assim como ela cresceu”, afirmou ela.
Há problemas como a falta de acesso viável e a disparidade em níveis de acesso. Com quase metade da população mundial este ano, as taxas de crescimento de acesso desaceleram, resultando em uma profunda divisão entre aqueles com acesso e os que não têm. O investimento em infraestrutura, o aumento do uso e preços são cruciais para a expansão do acesso e a eliminação global de divisões na sociedade, assim como as políticas necessárias a isto.
Além disso, questões como bloqueio de conteúdo, privacidade, vigilância em massa, cyber crimes, hacking e notícias falsas contribuem com o que agora é uma erosão na confiança dos usuários. “Temos de agir para reverter esta tendência”, disse Brown.
Redes sociais servem às pessoas ou aos mercados?
Em artigo no website do jornal A Tribuna, Rafael Gonzales discute as implicações para o mercado das redes sociais, com uma interessante análise da questão. Reproduzimos aqui trechos da matéria. Ainda ficou um pouco longo, mas vale muito a letura.
“Em um visão do capitalismo contemporâneo, as ‘redes sociais’ tornam-se menos um ambiente entre amigos e mais uma espécie de mercado de negócios digitais.”
“Empresas como o Facebook, fazem vultosos investimentos para oferecer recursos e mais recursos, para que seus usuários promovam interações incessantes dentro de suas plataformas. Esse esforço demonstra o significativo valor dessas interações aparentemente triviais, no mercado digital.
“Apesar de obrigatório aceite de termos e condições de privacidade, para acesso aos sistemas, é muito provável que a maioria dos usuários do Facebook não tenha plena consciência de como são comercializados seus dados, seu comportamento, suas publicações, seus encontros virtuais com amigos dentro da plataforma.
E, muito embora o modelo de “conteúdo gerado pelo consumidor” fosse apresentado com uma roupagem de resistência à grande mídia, ele logo atraiu a atenção de desenvolvedores e empresários como um negócio promissor.
“Dada a estrutura necessária, os clientes passam a gerar o produto que eles próprios consumirão. Apesar de todas as aplicações cidadãs viabilizadas pelas tecnologias moldadas sobre uma arquitetura de participação, não se pode perder de vista que o imperativo do lucro foi a força motriz para os avanços da Web.
“Mas agora parece que a fumaça está se dissipando, revelando um bastidor industrial e capitalista por trás da rede.
“O excesso de notícias falsas que permeiam o Facebook com objetivo de capturar cliques e mais cliques dos desavisados, fazendo com que as pessoas permaneçam cada vez mais tempo dentro da plataforma, espantadas ou emocionadas com histórias bizarras ou absurdas, levou a uma discussão pública recente, sobre as políticas da plataforma em relação aos seus conteúdos em diversos grupos.
“A falta de preocupação do Facebook com a veracidade das informações sugere uma preocupação exclusiva com o lucro. Quanto mais tempo as pessoas ficam dentro da plataforma, mais a empresa lucra.
“No outro lado da mesa, os veículos de comunicação, produtores de conteúdo, preocupados com a captação de cliques para alavancar suas audiências, entram na dança da espetacularização do bizarro, promovendo o absurdo, criando títulos convidativos, no limite entre a verdade e a charlatanice, por vezes ignorando a ética e a moral em nome dos cliques”.
Jornal chinês usa drones para melhorar cobertura digital
O website do jornal China Daily se associou a um fabricantes de drones para melhor a cobertura digital de notícias.
A colaboração entre a empresa de notícias e a EHang foi assinada na quarta, e repórteres serão treinados em como usar veículos aéreos não tripulados para a captação de imagens.
Os workshops vão incluir o desenvolvimento do setor e o uso dos drones em reportagem e pós-produção. “Com a parceria, aproveitaremos a tendência do setor impelida por novas tecnologias e melhorar nossa capacidade de resposta, diversidade e agregação de valor durante relatos de eventos em primeira mão e comunicações transfronteiras em torno do globo”, disse o editor-chfe Li Xin. “Criamos um novo laboratório de mídia para implementar a realidade virtual e as tecnologias dos drones em nosso trabalho de cobertura de notícias”
Observadores da mídia notam que tais veículos tornarão a cobertura geográfica mais barata e mais disseminada, especialmente quando usados para grandes aplicações especiais, como desastres naturais ou causados por humanos.
O jornal chinês Diário do Povo e a agência de notícias Xinhua anunciaram planos de também trabalhar em parceria com empresas de tecnologia para o mesmo fim, relata a Mother Jones.
Um relatório recente da consultoria iResearch mostra que os drones civis na China passam por forte crescimento, em um setor estimado em U$ 10.9 bilhões em 2025.
Google quer usar 100% de energia renovável em 2017
Gigantes da tecnologia lutam para ver quem será o primeiro a utilizar 100% de energia renovável. O Google, que investe há uma década em fonte solar e eólica, deve chegar lá em 2017.
O Google é o maior comprador corporativo de energia renovável e pretende adquirir o bastante para movimentar 13 data centers e escritórios em 150 cidades do mundo, segundo dados da empresa apresentados esta semana.
A Apple parece estar perto de chegar lá e afirma ter alcançado 93% em 2015.
Para o Google, chegar aos 100% significa que para cada unidade de energia que consumir – tipicamente de usinas a carvão ou gás natural- vai comprar uma unidade de energia solar ou eólica.