Publicado originalmente no blog do autor
O inventário de 40 dias da ofensiva genocida do regime de Apartheid em Gaza é tétrico e aterrorizador.
Ao mesmo tempo em que revisa para menos o número verdadeiro de vítimas mortais no 7 de outubro, Israel aumenta sua fúria devastadora contra os palestinos – ver aqui questionamento de jornalista dos EUA sobre a manipulação da realidade pela propaganda sionista.
Israel intensificou a rotina de assassinatos de crianças, mulheres, idosos, pessoas feridas e desarmadas. E ampliou a destruição de edifícios, hospitais, igrejas, mesquitas, universidades, escolas e da infraestrutura da Faixa de Gaza.
Fontes da ONU, de organizações humanitárias e agências independentes estimam um nível inaudito e sem precedentes na história a devastação causada por Israel nos territórios palestinos nesses 40 tenebrosos dias:
- 12.500 palestinos mortos, a maioria crianças [5.000], mulheres [3.400], idosos [750]. A quase totalidade das demais vítimas fatais são adultos indefesos e desarmados;
- Mais de 32 mil palestinos feridos por ataques, bombardeios e armas proibidas, como o fósforo branco;
- Uma criança assassinada por Israel a cada 11 minutos e uma mulher a cada 17 minutos;
- Num único dia, 179 palestinos mortos precisaram ser enterrados em vala comum no principal hospital de Gaza, al Shifa. Dentre eles, sete bebês prematuros, que morreram devido ao corte de eletricidade no hospital;
- Mais de 40 mil prédios foram explodidos e outros 220 mil seriamente danificados na Faixa de Gaza, significando metade das residências totalmente destruídas por bombardeios aéreos e tanques israelenses;
- A cada 28 horas um jornalista ou profissional de comunicação foi morto em Gaza – 34 em 40 dias;
- Ataques israelenses mataram 101 funcionários internacionais da ONU que prestam assistência em Gaza – quase três por dia;
- Israel lançou mais de 12.000 bombas, que correspondem a 25 mil toneladas de explosivos – quase equivalente a duas bombas de Hiroshima.
Trata-se, decididamente, de um genocídio – um genocídio de manual, como denunciou o ex-funcionário do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos Craig Mokhiber. Na Cisjordânia, onde o sionismo não teria como pretextar o combate ao grupo Hamas, Israel já assassinou “recreativamente” 180 palestinos neste período.
As atrocidades israelenses parecem não ter limites. O Exército de Israel invadiu o Hospital Al-Shifa [15/11] com tanques, veículos militares, armamentos pesados e soldados, causando mais mortes e infundindo pânico entre palestinos já tomados por um pavor terrível.
A propaganda sionista argumenta, cinicamente, que este ato terrorista foi uma “operação direcionada de defesa”.
A ONU se declarou “horrorizada”. Mas, ao mesmo tempo, nada faz. O organismo está imobilizado e paralisado pela cumplicidade dos EUA com a ofensiva genocida de Israel.
Enquanto os palestinos continuam abandonados à própria sorte, o regime assassino de Israel avança a limpeza étnica em Gaza. E não parece disposto a parar sem, antes, completar a “solução final”.