A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse ter “grande preocupação com o exercício da liberdade” diante do pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que empresas de redes sociais enviem informações sobre os seguidores do político.
O requerimento da PGR foi feito no contexto do inquérito que investiga atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro, com o ministro Alexandre de Moraes como relator. A solicitação abrange a lista completa e os dados de identificação dos seguidores de Bolsonaro, bem como postagens relacionadas a eleições, urnas eletrônicas, Forças Armadas e STF em plataformas como Instagram, Facebook e Twitter.
O advogado de Bolsonaro, Paulo da Cunha Bueno, afirmou em nota, que “jamais incitou, induziu ou teve participação” nas ações dos bolsonaristas: “Causa, no entanto, espécie e grande preocupação com o exercício da liberdade de pensamento e opinião, que se pretenda requerer aos servidores provedores de redes sociais o envio da lista completa e respectivos dados de identificação de todos os seus seguidores em redes sociais”.
A PGR pediu também uma cópia do vídeo publicado por Bolsonaro após a invasão. No conteúdo, havia críticas à segurança das urnas eletrônicas, mas a publicação foi apagada posteriormente. O ex-presidente já prestou esclarecimentos à Polícia Federal, afirmando que estava sob efeito de medicamentos na ocasião.
O subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, responsável pelas investigações, destaca que a solicitação já havia sido feita anteriormente, mas não foi analisada pelo ministro Alexandre de Moraes. Portanto, o pedido foi reiterado nesta segunda-feira (17).
A PGR também busca informações sobre as métricas dos posts de Bolsonaro, como visualizações, curtidas, compartilhamentos e comentários. O objetivo é obter dados concretos que embasem “uma análise objetiva do alcance das mensagens, vídeos e outras manifestações publicadas pelo ex-presidente da República nas redes sociais”.