Investigado por assassinato, filho de Telhada é promovido a capitão “por merecimento”. Por Igor Carvalho

Atualizado em 24 de maio de 2019 às 19:22
Foto: Reprodução/Instagram / Pelo Instagram, o hedereiro do deputado Telhada celebrou a morte do suspeito

Publicado originalmente no site Brasil de Fato

POR IGOR CARVALHO

Foi publicado no Diário Oficial desta sexta-feira (24) a promoção de patente do primeiro-tenente Rafael Henrique Cano Telhada, que agora passa a ocupar o cargo de capitão da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PM). O militar, que é filho do deputado estadual Coronel Paulo Telhada (PP), é investigado pelas corregedorias da Polícia Civil e Militar. Na publicação, a justificativa para a nomeação é apontada como “por merecimento”.

No dia 2 de março, agentes do Comando de Operações Especiais (COE) assassinaram um jovem, suspeito de ter roubado uma moto, com quatro tiros, em Osasco, Grande São Paulo. Entre os policiais, estava Rafael Telhada, que celebrou a execução em suas redes sociais. “A caveira sorriu mais uma vez”, afirmou o filho do deputado Paulo Telhada em seu perfil no Instagram. “Mais um inimigo [foi] tombado”, finalizou.

O Setor de Homicídios da Polícia Civil e a Corregedoria da Polícia Militar passaram a investigar se os agentes se excederam na operação ou incidiram em alguma ilicitude. A Corregedoria da Polícia Civil, em paralelo, investiga o delegado Vinícius Brandão de Rezende, responsável pelo registro da ocorrência, por não ter enviado perícia ao local.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou que a investigação sobre a operação está em andamento. “O caso é investigado pelo Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa de Osasco por meio de inquérito policial. Testemunhas estão sendo ouvidas e os laudos analisados. O trabalho investigativo recomenda sigilo nas informações. Um inquérito militar para apurar as circunstâncias relativas ao caso também está em andamento”, afirma a SSP.

Em entrevista ao Brasil de Fato, o ouvidor da Polícia Militar, Benedito Mariano, explicou que há um “procedimento” contra Telhada também na Ouvidoria “relacionado a ocorrência de morte em decorrência de intervenção policial em Osasco”. “Não sei quais os critérios o comando da PM utiliza para as promoções”, encerrou.