Investigados pelo STF trabalham para retratar Brasil como ditadura e ajudar Trump

Atualizado em 12 de abril de 2024 às 21:34
Donald Trump com expressão de satisfação, apontando pra cima perto de bandeira dos EUA
Donald Trump vai disputar eleição nos EUA – Reprodução

Na crescente narrativa articulada por apoiadores de Donald Trump e Jair Bolsonaro (PL), destaca-se a ameaça de Elon Musk de descumprir decisões judiciais no Brasil e os ataques ao ministro Alexandre de Moraes do STF (Supremo Tribunal Federal). Esta trama visa retratar o Brasil como um país autoritário, onde a liberdade de expressão é restringida. Com informações do “Aos Fatos”.

A estratégia busca influenciar as eleições americanas de novembro, promovendo a ideia de que uma segunda derrota de Trump para Joe Biden representaria uma escalada autoritária. O paralelo é feito com as eleições de 2018 no Brasil, onde bolsonaristas alertaram para o risco de uma transformação em “outra Venezuela” caso Lula (PT) fosse eleito.

Os protagonistas dessa trama são dois extremistas investigados pelo STF e baseados nos EUA: o blogueiro foragido Allan dos Santos e o ex-comentarista da Jovem Pan, Paulo Figueiredo Filho. Ambos estão ligados a alegações de conspiração e planejamento de golpes de Estado, conforme relatórios da Polícia Federal.

Recentemente, em uma conversa no Spaces, Musk prometeu divulgar as supostas restrições à liberdade de expressão no Brasil nos Estados Unidos, enquanto outros extremistas americanos passaram a disseminar informações sobre uma suposta guinada autoritária na política brasileira.

O ápice dessa estratégia foi a divulgação dos Twitter Files Brazil e os ataques do bilionário a Moraes. Estes eventos têm sido discutidos em plataformas como o podcast The Roundtable Show, onde a extrema-direita brasileira se reúne para debater tais questões.

Allan dos Santos com mãos na frente do rosto, expressão séria e óculos
Allan dos Santos estaria tentando internacionalizar sua causa – Reprodução/Agência Brasil

Outros membros da extrema-direita dos EUA, como Jim Pfaff, têm se engajado na divulgação dessas “denúncias”, visando favorecer a campanha de Trump. Pfaff argumenta que há um esforço coordenado globalmente contra governos democráticos, mencionando paralelos entre o Brasil e os EUA.

Essa narrativa é reforçada por Figueiredo Filho, que afirma buscar a restauração da liberdade de expressão no Brasil, desconsiderando afiliações políticas. Ele e Pfaff têm estabelecido laços com políticos brasileiros, inclusive organizando encontros entre parlamentares bolsonaristas e americanos.

A comitiva liderada por Eduardo Bolsonaro (PL) nos EUA recentemente buscou apoio entre os republicanos, enquanto conservadores brasileiros têm feito lobby para convencer políticos americanos de que o Brasil não é mais uma democracia.

Ainda que enfrentem investigações no Brasil, Santos e Figueiredo Filho tentam internacionalizar sua causa, buscando apoio nos EUA e desafiando as decisões judiciais brasileiras.

Siga nossa nova conta no X, clique neste link

Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link