Com 8.404 habitantes, o município sul-mato-grossense de Inocência, a 330 km de Campo Grande,conhecida como “a cidade do romance” será a nova sede da fábrica da Arauco, gigante chilena de celulose. O projeto, avaliado em R$ 28 bilhões, começará a terraplanagem no segundo semestre e as obras no início de 2025.
Apesar do potencial econômico, há preocupações. “Qualquer cidade gostaria de um investimento desse porte, mas vemos os problemas em outros lugares”, afirma o prefeito Antônio Ângelo Garcia dos Santos, o Toninho da Cofapi. Ele espera que Inocência, atualmente 54ª em receita no estado, suba para o top 10 em cinco anos, com arrecadação prevista de R$ 130 milhões em 2024.
Outra cidade sul-mato-grossense, Ribas do Rio Pardo teve experiência similar. A cidade passou de 23 mil para 35 mil habitantes com a chegada da fábrica da Suzano, enfrentando aumento nos aluguéis e multiplicação de bordéis. “Foi um caos sem planejamento”, diz o prefeito João Alfredo Danieze.
Toninho da Cofapi busca evitar esses problemas. Ele implementou medidas para impedir uma invasão de trabalhadores temporários e empresas terceirizadas, como proibir construções ao redor do canteiro de obras e garantir que os operários sejam alojados a 40 km da cidade.
No pico da construção da fábrica, serão 12 mil operários. “Precisamos evitar a criação de uma cidade ao redor da fábrica, o que poderia ‘engolir’ Inocência”, diz Toninho. A cidade se prepara para o desenvolvimento, com promessas de construção de um condomínio para funcionários e a instalação da Unimed.
Inocência teme aumento da população de rua, violência, esgotamento do sistema de saúde e crise imobiliária. Ribas do Rio Pardo mostra que, a médio prazo, o dinheiro compensa. “Quando cheguei à prefeitura, o orçamento era de R$ 120 milhões. Neste ano, vamos ultrapassar R$ 400 milhões e em 2026, meio bilhão”, conta Danieze
Mato Grosso do Sul é o segundo estado brasileiro que mais exporta celulose, com 4,46 milhões de toneladas em 2022, representando 18,2% do faturamento nacional (US$ 1,52 bilhão), segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
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