Irmão de assessor de Tarcísio usou agentes de segurança pública em empresa privada

Atualizado em 10 de abril de 2023 às 12:10
Jair Bolsonaro e José Vicente Santini – Foto: Reprodução

A empresa de segurança privada CampSeg, de Nelson Santini, irmão do assessor especial do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), José Vicente Santini, está envolvida em um caso de apropriação privada da segurança pública.

De acordo com informações do Estadão, a empresa utilizou policiais militares, agentes prisionais e guarda civis para realizar a segurança patrimonial da ferrovia na região do porto de Santos, em São Paulo. A empresa promoveu o desvio das viaturas dos agentes de segurança pública.

As viaturas vinham sendo usadas para patrulhar a linha férrea em áreas rurais ao invés de serem utilizadas para atender as denúncias feitas através do número 190. Além disso, o helicóptero Águia, da Polícia Militar (PM) de São Paulo, estaria sendo utilizado por pessoas da CampSeg.

Em mensagens trocadas em grupos de WhatsApp, policiais da ativa fiscalizavam o atendimento de operadores do telefone 190. O helicóptero Águia da PM foi acionado por gerentes da empresa privada antes mesmo de telefonarem ao 190.

Capitão e gerente da empresa de segurança falam do engajamento do helicóptero da PM antes mesmo de telefonarem ao 190 – Foto: Reprodução

Além disso, outro caso revela a ligação da empresa com as forças de segurança do estado desde o início do governo Tarcísio de Freitas. Documentos da PM mostram ordens de serviço da 3.ª Companhia do 39.º Batalhão para o Comando de Grupo de Patrulha 3 deslocar, por 20 dias alternados, viaturas para a Estrada Paratinga, ao lado da ferrovia, em São Vicente.

Viaturas da PM foram deslocadas do atendimento do 190 para patrulhar área rural em São Vicente ao lado da linha do trem – Foto: Reprodução

Vale destacar que a CampSeg começou a atuar na Baixada Santista no dia 2 de janeiro, um dia após a posse de Tarcísio como governador de SP. A empresa foi contratada pela Rumo Logística, concessionária da linha férrea.

Já na semana seguinte, o comando da PM de SP mobilizou tropas especiais em uma operação contra roubo de cargas na ferrovia próxima ao porto de Santos. No entanto, ação conjunta entre a PM e os seguranças privados da CampSeg resultou na morte do sargento da reserva, Reginaldo dos Santos Conceição, e do guarda civil, Wagner Moreira Coelho.

Ambos foram atingidos por tiros de fuzil disparados por agentes do Comando de Operações Especiais (COE) da PM após serem confundidos com ladrões de um trem. Ainda segundo o Estadão, os responsáveis pela contratação de policiais em Praia Grande, Cubatão e São Vicente, no litoral paulista, pagavam R$ 28 a hora ou R$ 336 por dia e R$ 5 mil por mês.

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