No dia 30 de agosto, baseado nas denúncias do pastor progressista Paulo Marcelo Schallenberger, o DCM publicou que parlamentares do PL, PSC e Republicanos “contratam” pastores que trabalham para Silas Malafaia. Um deles é Samuel Malafaia.
O parlamentar tem 73 anos, formação como engenheiro mecânico pela UERJ, é pastor auxiliar da Assembleia de Deus Vitória em Cristo do irmão Silas e está na Alerj desde 2003. Elegeu-se pelo MDB, mas perdeu a reeleição em 2006. Voltou para a Assembleia Legislativa do Rio em 2010 pelo PR. Trocou o partido pelo PSD em 2011.
Em 2016, na época do golpe contra Dilma, Samuel Malafaia foi para o DEM e, neste ano, ingressou no PL de Jair Bolsonaro.
No governo do Rio de Janeiro, Samuel foi diretor de programas de saneamento básico para as populações carentes. O deputado pastor também foi assessor da presidência da CEDAE, sendo responsável pela interlocução entre a empresa e o Tribunal de Contas do Estado.
Uma das assessoras de Samuel Malafaia é Debora Viana da Costa, mulher do pastor Jarmuth Jordão da igreja de Malafaia em Curitiba. Nas redes sociais, Debora usa o sobrenome do marido.
Pela proximidade que Samuel Malafaia tem com a CEDAE, Debora Jarmuth está atualmente cedida para a instituição, segundo denúncia anônima encaminhada ao pastor Paulo Marcelo Schallenberger. “Atualmente ela recebe R$ 4.457,09 por mês sem precisar trabalhar. Trabalha na CEDAE e mora em Curitiba há três anos num bairro de alto padrão”, diz a denunciante.
Assessor preso em flagrante
Além do caso da auxiliar que é esposa do pastor de Silas Malafaia, o deputado Samuel teve um problema recente com um assessor no Rio de Janeiro. Roberto Cavalcanti de Albuquerque Filho foi preso em flagrante no dia 23 de julho de 2022.
Roberto foi acusado de importunação sexual de menor. Esse registro de ocorrência aconteceu na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de Angra dos Reis. No relato feito pela mãe de uma amiga da vítima, Roberto teria importunado uma menor de idade durante o dia. Na noite de sábado, o assessor a encontrou em um mercado da cidade, quando intensificou o assédio.
No caminho da vítima até a casa da amiga, o assessor de Samuel Malafaia teria afirmado que estava “carente” e que havia perguntado se ela não “dormiria” com ele pelo valor de R$ 100 mil. A menor tentou entrar na residência, quando Roberto Cavalcanti de Albuquerque Filho perguntou se ela não “daria tchau” para ele.
Ao se despedir, o assessor teria tentado beijá-la, mas a menina se esquivou a tempo. A prisão foi realizada já na madrugada de 24 de julho, um domingo, após queixa prestada pela mãe da amiga da menor. O caso foi relatado pelo jornal O Globo.
Outro lado
O DCM procurou o gabinete do deputado estadual Samuel Malafaia (PL). Perguntamos por qual razão ele tem uma assessora ligada ao seu irmão, o pastor Silas Malafaia, e se ela cumpre o expediente na íntegra, entre outros esclarecimentos.
Até o momento da publicação desta reportagem, não obtivemos respostas. O espaço segue aberto para manifestações do parlamentar.