Geraldo Alckmin entrou mudo e saiu calado do debate no SBT na quarta-feira, dia 26.
Negou-se a dar entrevista quando chegou à emissora, como os demais candidatos, e ao término da atração saiu à francesa pela porta dos fundos.
Não foi o fraco desempenho que levou o tucano a evitar o contato com a imprensa.
Geraldo entrou e saiu apressado para evitar as perguntas sobre seu escândalo da vez – a Justiça Federal acatou a segunda denúncia do MPF transformando em réus Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, e mais 32 pessoas por suposta formação de cartel durante a execução de obras do Rodoanel Sul e em sete vias da capital paulista durante governos tucanos.
Paulo Preto é acusado de formação de quadrilha, peculato e inserção de dados falsos em sistema público de informação.
Além de Lu Alckmin, Geraldo estava acompanhado de Julio Semeghini, secretário de Governo do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, Luiz Felipe Dávila, coordenador do plano de governo do PSDB, e do senador José Serra, outro que está implicado até a medula com os malfeitos praticados pelo operador do PSDB.
Serra, que trata de um câncer na próstata, foi surpreendido no meio do debate com a decisão da juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo.
Antes recluso, e deprimido com seu envolvimento na Lava Jato, o senador voltou a circular após ser beneficiado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal, que tornou prescritos os crimes atribuídos a ele ocorridos até agosto de 2010.
Acabou favorecido por uma regra do Código Penal segundo a qual os crimes caducam na metade do tempo para quem 70 anos na data da sentença. Serra tem 76 anos.
Sua estreia nas ruas nessa eleição aconteceu num encontro com lideranças em Santos, no dia 10 de setembro.
Semana passada esteve em Guarulhos, numa caminhada em que ele e Geraldo tiveram de enfrentar eleitores fazendo apologia ao voto “Bolsodoria”.
Nos estúdios do SBT, abatido e com olhar vago, Serra não foi incomodado por nenhum repórter. Logo ele que sempre gostou tanto do convívio com a imprensa amiga.
Sempre que aparecia, logo se juntavam em torno dele um batalhão de jornalistas para saber sobre a “maldade da vez”.
Serra fazia piadinhas, falava mal dos adversários, cobrava do repórter aquela nota que tinha passado com exclusividade, sempre serelepe.
Desta vez, provavelmente pela idade, pela doença e pela irrelevância que cavou para si mesmo, acabou preservado – ninguém se aproximou para perguntar sobre a nova decisão da juíza Maria Isabel do Prado.
Circulou sozinho pelo estúdio, sempre observado pelo ajudante de ordens, até deixar o local sem ser notado.
Serra pode ter se livrado das barras da Justiça, mas pelo que se observa nesse primeiro turno jamais se libertará da irrelevância pública à qual já está condenado.