‘Isentona’, Suíça comemorou golpe militar de 1964 no Brasil: ‘Não virou nova Cuba’

Atualizado em 31 de março de 2024 às 18:31
Ditadura Militar completa sessenta anos. Foto: Reprodução

Sempre colocada como dona de uma tradição de neutralidade diante de questões ligadas à política externa, a Suíça celebrou o golpe militar no Brasil em 1964.

A informação está em arquivos diplomáticos do próprio país europeu, revelados neste domingo (31), dia que marca os 60 anos da ruptura democrática, pelo jornalista Jamil Chade em coluna publicada pelo UOL.

Vale dizer que a data correta da consumação do levante militar contra a democracia é 1º de abril, porém a caserna passou a falar em 31 de março para evitar a ligação com o Dia da Mentira.

O documento é um telegrama enviado pela embaixada da Suíça em 13 de abril de 1964, menos de duas semanas após o golpe. André Dominicé, à época o embaixador suíço no Brasil, escreveu para Berna que “o movimento de insurreição lançado pelo Exército brasileiro no dia 31 de março foi transformado, há quatro dias, em uma verdadeira Revolução”.

Protestos contra o regime militar. Foto: Reprodução

O embaixador falou também, sempre de acordo com Jamil Chade, em “livrar o Brasil da ameaça comunista” e em “caça aos comunistas e simpatizantes”. “Sem dúvida, podemos nos alegrar com o fato de o imenso Brasil, graças ao sucesso desse movimento insurrecional, não ter se tornado uma segunda Cuba”, escreveu André Dominicé.

Elogios ao ditador

O representante da Suíça no Brasil ainda elogiou o general Castelo Branco, um dos principais artífices do golpe militar e primeiro ditador do período. Dominicé classificou o militar como “modesto, honesto, culto”.

Castelo Branco manteve-se à frente do país entre 15 de abril de 1964 e a 15 de março de 1967 e assinou os quatro primeiros atos institucionais.

Publicado originalmente na Rede Brasil Atual.

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