Um jovem israelense de 18 anos, Tal Mitnick, foi julgado e condenado a 30 dias de prisão militar por se recusar a se alistar nas Forças Armadas de Israel, conforme relatado pelo Jerusalem Post nesta quinta-feira (28). Mitnick, que compareceu ao centro de alistamento acompanhado de outros ativistas da Rede Mesarvot, tornou-se a primeira pessoa a ser presa por objeção de consciência desde o início da guerra, em 7 de outubro.
A sentença, considerada excepcionalmente longa para um caso de recusa pela primeira vez, pode ser estendida caso Mitnick persista em sua objeção ao alistamento, de acordo com fontes da imprensa israelense.
Mitnick fundamentou sua recusa citando a guerra e a ocupação em Gaza como motivos. Em uma declaração divulgada por representantes do adolescente, ele afirmou: “Eu me recuso a acreditar que mais violência trará segurança, eu me recuso a participar de uma guerra de vingança. Cresci em um lar onde a vida é sagrada, onde a discussão é valorizada e onde o discurso e a compreensão sempre vêm antes da adoção de medidas violentas. No mundo cheio de interesses corruptos em que vivemos, a violência e a guerra são outra forma de aumentar o apoio ao governo e silenciar as críticas.”
O jovem destacou a necessidade de buscar alternativas à violência, enfatizando a importância da diplomacia e do esforço político na resolução de conflitos. Ele questionou a eficácia da ação militar, apontando para casos em que reféns foram mortos, mesmo agitando bandeiras brancas e falando em hebraico.
Objetores de consciência, como Mitnick, são aqueles que se recusam a portar armas ou a servir nas forças armadas por motivos morais, éticos ou religiosos.
O caso de Mitnick destaca-se em um contexto em que mais de 200 estudantes do ensino médio, em agosto, anunciaram a recusa ao alistamento obrigatório, não apenas em protesto contra reformas judiciais, mas também em razão da “ocupação” dos territórios palestinos.