O governo de Israel declarou, nesta segunda-feira (13), que o Hamas não tem mais controle efetivo sobre a Faixa de Gaza, região que administrava desde 2007. Paralelamente, o país revelou “planos ofensivos” contra o Hezbollah no Líbano.
“O Hamas perdeu o controle de Gaza e não pode impedir as Forças de Defesa de Israel”, afirmou o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant. Ele acrescentou que os “terroristas” estão fugindo para o sul, enquanto civis saqueiam bases do Hamas, demonstrando a perda de confiança na liderança do grupo.
O conflito teve início após o Hamas promover um ataque em 7 de outubro, considerado o maior da história contra Israel, resultando em mais de 1.200 mortes e 240 reféns. A resposta do país sionista foi intensa, resultando, segundo os palestinos, em pelo menos 11 mil mortos em Gaza. A região foi dividida entre zonas de combate terrestre no norte e bombardeios no sul, sem presença de infantaria e blindados.
A ação desproporcional de Israel tem gerado desconforto entre seus aliados, especialmente os Estados Unidos. O chanceler Eli Cohen afirmou que o país sionista tem “de duas a três semanas” para agir antes que a pressão internacional por um cessar-fogo aumente.
No terreno, Israel continua as operações arriscadas. O maior hospital de Gaza, Al Shifa, está cercado e sem funcionar, com grande parte dos pacientes fugindo por temer ataques, segundo Tel Aviv, que alega que o prédio abriga centros de comando do Hamas. Outra unidade, Al Quds, enfrentou tiroteios com terroristas escondidos.
O Hamas nega o uso de pacientes como escudos humanos, mas sua presença em instalações civis é uma prática antiga. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou preocupação com o funcionamento dos hospitais, enquanto a ONU informa que apenas 20 das 36 instalações na região estão operacionais.
Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF), dois comandantes importantes do Hamas foram mortos. Israel também é acusado de um ataque que teria deixado 30 mortos no campo de refugiados de Jabalia, sem comentários de Tel Aviv até o momento.
Em um gesto simbólico, foi divulgada uma foto de soldados da brigada de elite Golani ocupando o Parlamento de Gaza. “Intensificamos as operações contra os túneis [do Hamas]. Ou os terroristas serão eliminados ou se renderão incondicionalmente, não há terceira opção”, afirmou um oficial israelense. Pelo menos dois soldados israelenses foram mortos em combate.
Paralelamente aos eventos em Gaza, Israel anunciou planos defensivos e ofensivos contra o Hezbollah, grupo libanês aliado do Hamas e apoiado pelo Irã. “Estamos preparando planos operacionais extensos para o norte. Nossa missão é trazer segurança, já que os civis não se sentem seguros para retornar às suas casas”, declarou o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Herzi Halevi.
Milhares de moradores foram evacuados da fronteira sul do Líbano desde o início do conflito. Os libaneses, militarmente mais fortes que o Hamas, mantêm atritos constantes na região, forçando Israel a comprometer suas forças.
O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, afirma que o objetivo é apoiar uma segunda frente, embora não haja um envolvimento maciço na guerra. No domingo, um civil israelense morreu em ataques com foguetes do Hezbollah, aumentando a tensão.
Os EUA ameaçaram usar seu poderio militar na região contra o Líbano e o Irã, caso a guerra escalasse. Com grupos atacando bases americanas diariamente no Iraque e na Síria, e demonstrações de força, como patrulhas e simulações de ataques, os desdobramentos da situação continuam incertos.
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link