Israel e Hamas liberam primeiros reféns após acordo de cessar-fogo

Atualizado em 24 de novembro de 2023 às 11:42
Palestina também acusa Israel de capturar reféns. Foto: Menahem Kahana/ AFP

O aguardado momento da troca de reféns israelenses e palestinos começou às 11h no horário de Brasília (16h, no horário local), marcando as primeiras nove horas da trégua estabelecida nesta sexta-feira (24). O primeiro grupo a ser liberto, composto por 13 mulheres e crianças, está previsto para ser solto às 11h, segundo informações do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar. No entanto, a lista de nomes ainda não foi divulgada.

Os israelenses serão entregues à Cruz Vermelha e serão levados ao Egito através da passagem de Rafah. Ainda no país africano, os reféns serão encaminhados para hospitais para realizarem uma bateria de exames físicos e mentais.

O governo israelense informou que notificou as famílias de todos os reféns, incluindo aqueles que não serão libertos. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou esperança pela libertação de uma americana de 3 anos e destacou que não fornecerá mais atualizações até a conclusão do acordo.

Em contrapartida, Israel deve libertar 39 mulheres, adolescentes e crianças detidos em suas prisões. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu enfatizou que a resolução não abrange a “libertação de assassinos” por parte de Israel.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed Al-Ansari, não forneceu detalhes específicos sobre quais reféns serão soltos, mas indicou que muitos seguirão para o Egito. Ele também destacou que membros das mesmas famílias serão libertos juntos no primeiro grupo.

Do lado israelense, os prisioneiros partirão de duas prisões, Damon e Megiddo, em direção à prisão de Ofer, ao sul de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, para verificações finais pela Cruz Vermelha. Espera-se que mulheres e adolescentes do sexo masculino até 18 anos integrem esse grupo.

O momento exato da libertação dos palestinos ainda não está claro, mas autoridades israelenses afirmam que os prisioneiros não serão libertos até que os reféns de Gaza estejam de volta ao poder de Israel.

A trégua, iniciada às 2h desta sexta-feira (24), no horário de Brasília (7h, no horário local), terá a duração inicial de quatro dias. Adicionalmente, um dia extra de cessar-fogo será acrescentado a cada 10 reféns soltos. Durante a trégua, os Estados Unidos e Israel suspenderão o uso de drones, e será permitida uma maior entrada de comboios humanitários em Gaza.

O Egito anunciou a entrega diária de 130 mil litros de diesel, quatro caminhões de gás e 200 caminhões de ajuda a Gaza durante o período de trégua.

Enquanto a expectativa de libertação dos primeiros reféns se concretiza, o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, representando parentes dos capturados pelo Hamas, celebrou o acordo, mas enfatizou a necessidade de esforços contínuos para libertar todos os detidos.

“Damos as boas-vindas a todos os reféns que voltam para casa, mas a nossa exigência permanece inalterada: a libertação imediata de todos os 236 reféns. Garantir a libertação segura de todos os reféns é uma prioridade nacional. Não haverá vitória até que todos os reféns voltem para casa”, ressaltou a organização em comunicado.

Além disso, também solicitou que os termos do acordo garantam a segurança e o bem-estar dos demais reféns, incluindo visitas da Cruz Vermelha.

O primeiro-ministro da Tailândia, Srettha Thavisin, anunciou às 10h53 desta sexta-feira (24), que 12 reféns tailandeses já foram libertos pelo Hamas, e que funcionários da embaixada do país já estão a caminho para buscá-los. Esses tailandeses não fazem parte do acordo entre Israel e Hamas.

Segundo dados das Forças de Defesa de Israel, o Hamas ainda mantém cerca de 236 reféns na Faixa de Gaza, incluindo cidadãos estrangeiros de 26 países.

Mais cedo, logo após o início de cessar-fogo, milhares de palestinos iniciaram uma tentativa de voltarem ao norte da Faixa de Gaza, onde moram, para encontrar entes desaparecidos e buscarem itens deixados para trás.

No entanto, Israel vetou o retorno, atacando e causando terror entre os civis. Imagens que circulam nas redes sociais mostram palestinos correndo de bombardeios e até corpos de pessoas mortas em meio à estrada. O Exército sionista impede a passagem dos moradores por considerar uma área estratégica para o conflito.

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