A tensão entre Israel e o grupo paramilitar libanês Hezbollah atingiu níveis preocupantes após um fim de semana repleto de conflitos armados. O governo israelense tomou a decisão, nesta segunda-feira (16), de evacuar uma faixa de 2 km ao longo de sua fronteira com o sul do Líbano, transferindo os moradores para acomodações estatais.
Os confrontos violentos, que resultaram em diversas mortes de ambos os lados, levantaram preocupações de uma possível escalada e propagação do conflito, especialmente considerando a relação estreita entre o Hezbollah e o grupo Hamas, ambos apoiados pelo Irã. Segundo a Folha de S.Paulo, a comunidade internacional tem receios de uma expansão descontrolada do conflito, com os Estados Unidos alertando diretamente o Irã para não incitar uma guerra adicional.
“Minha mensagem para o Irã é: não cruze a fronteira, não escale a guerra”, declarou o presidente estadunidense Joe Biden ao fim de uma entrevista coletiva sobre os conflitos no Oriente Médio.
Enquanto o Irã mantém conversações com seus aliados regionais, incluindo Síria, Líbano, Hamas e a Jihad Islâmica da Palestina, os esforços internacionais buscam evitar a deterioração da situação. O presidente russo, Vladimir Putin, está em contato com diversas autoridades, incluindo o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ditador sírio, Bashar al-Assad, para discutir a necessidade de um cessar-fogo.
A complexidade das alianças e lealdades regionais adiciona uma camada adicional de complicação, com o Líbano sendo um ator chave na região, afetado tanto pelo Hezbollah quanto pela instabilidade política e econômica. O primeiro-ministro libanês, Najib Mitaki, emitiu declarações preocupadas sobre a imprevisibilidade do futuro, enfatizando os esforços do governo para manter a calma e evitar os efeitos do conflito em Gaza.
O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) definiu a votação da proposta de resolução apresentada pelo Brasil para estabelecer um cessar-fogo humanitário em Gaza e a libertação dos reféns israelenses, agendando o voto para esta segunda-feira (16) às 18 horas em Nova York, EUA. Essa votação é vista como um teste para as principais potências mundiais.
Após um final de semana de intensas negociações, os diplomatas brasileiros estão otimistas de que o texto seja equilibrado o suficiente para evitar um veto de qualquer um dos membros permanentes do Conselho. Contudo, é importante notar que, nos últimos sete anos, nenhuma resolução relacionada à crise entre palestinos e israelenses foi aprovada no Conselho de Segurança da ONU.
No entanto, o gabinete de Netanyahu, negou a existência de um acordo de cessar-fogo temporário em Gaza para facilitar a retirada de estrangeiros da região. Isso contradiz as informações divulgadas pela agência Reuters, que com base em duas fontes de segurança egípcias, afirmou que Egito, Israel e Estados Unidos tinham concordado em implementar um cessar-fogo e reabrir a fronteira em Rafah.