O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou nesta sexta-feira (9) a retirada de todos os civis da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
O líder israelense alegou que o local é o último reduto do Hamas. Localizada na fronteira entre Gaza e o Egito, Rafah abriga cerca de 1,3 milhão de pessoas – quase toda a população de Gaza.
Netanyahu anunciou que pretende ocupar temporariamente toda a cidade e pediu às forças israelenses que entreguem um “plano para evacuar a população e destruir os batalhões do Hamas”.
O Exército israelense já realizou bombardeios em Rafah nesta sexta-feira. De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, oito pessoas morreram.
Rafah também é o local para onde milhares de estrangeiros que estavam em Gaza se dirigem quando recebem autorização para deixar o território, utilizando a passagem fronteiriça com o Egito, que só é aberta para entrada de ajuda humanitária e saída de estrangeiros previamente autorizados ou casos hospitalares de emergência.
O Egito não permite a entrada de palestinos em seu território, exceto em circunstâncias excepcionais.
O anúncio de Netanyahu foi criticado pela Organização das Nações Unidas (ONU), que afirmou que a ocupação pode ter graves consequências humanitárias, já que a população não tem para onde ir.
O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, disse que os civis palestinos em Rafah precisam ser protegidos, porém se opõe a qualquer deslocamento forçado em massa.
“Estamos extremamente preocupados com o destino dos civis em Rafah. As pessoas precisam ser protegidas, mas também não queremos ver nenhum deslocamento forçado em massa de pessoas, o que é, por definição, contra a vontade delas. Não apoiaríamos de forma alguma o deslocamento forçado, que vai contra o direito internacional”, afirmou Dujarric.