Em 1982, o então primeiro-ministro de Israel, Menachem Begin, ordenou ataques aéreos contra o Líbano, resultando na morte de milhares de civis. Ronald Reagan, então presidente dos Estados Unidos, profundamente perturbado pelas imagens de devastação transmitidas na televisão, telefonou para seu equivalente israelense e, em questão de minutos, o bombardeio foi interrompido.
O que deveria ser uma operação militar limitada no sul do Líbano pelo exército de Israel durante o verão, sob a liderança de Ariel Sharon, então ministro da Defesa dos EUA, escalou para um cerco prolongado a Beirute e um ataque em larga escala contra a Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
De junho a agosto, Israel impôs um bloqueio severo à capital do Líbano, cortando fornecimentos essenciais como comida, água e energia, em uma tentativa feroz de eliminar a OLP, cujos membros se abrigavam em uma extensa rede de túneis sob a cidade.
No dia 12 de agosto, em um episódio que viria a ser conhecido como “Quinta-feira Negra”, aviões de guerra israelenses bombardearam Beirute incessantemente por 11 horas, causando a morte de mais de 100 pessoas.
Naquele dia, Ronald Reagan, chocado, ligou para Menachem Begin para “expressar sua indignação” e condenar a “destruição desnecessária e o derramamento de sangue”. “Menachem, isto é um holocausto”, afirmou o americano.
Sim, um presidente dos Estados Unidos empregou o termo “holocausto” em um diálogo com um líder israelense. Begin, com uma resposta sarcástica, afirmou que ele tinha plena consciência do significado de um holocausto. Reagan, contudo, manteve sua posição, enfatizando a necessidade urgente de um cessar-fogo em Beirute.