Deputados italianos e fontes do Ministério da Justiça do país europeu advertem sobre a possibilidade de extradição do ex-presidente Jair Bolsonaro em caso de fuga, mesmo com cidadania italiana. No último sábado, o UOL noticiou a vigilância do governo brasileiro diante do risco de fuga de Bolsonaro, devido a revelações sobre seu envolvimento na venda de joias e acusações relacionadas às urnas.
Membros do alto escalão do Executivo viram a recente declaração de Bolsonaro sobre correr riscos no Brasil como alerta. O STF compartilha dessa percepção. Uma fala de Bolsonaro em Goiás, na sexta-feira, gerou apreensão: “Estive nos EUA, na Flórida, um estado fantástico. Não há lugar como o nosso. Conheço os riscos aqui, mas não podemos recuar.”
Em 2021, Bolsonaro recebeu cidadania honorária no norte da Itália, porém isso não garante acesso ao país europeu. Angelo Bonelli, deputado do partido Europa Verde, destacou que a Itália não receberia alguém acusado de favorecer um golpe. Fabio Porta, do Partido Democrático, mencionou que a cidadania não oferece proteção total e não crê que a Itália queira se envolver.
Uma fonte do ministério da justiça italiano afirmou que mesmo com a cidadania, Bolsonaro poderia ser preso e extraditado ao Brasil.
“Pela legislação, eu sou italiano”
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que, pela legislação italiana, ele teria direito a obter a dupla cidadania, mas não confirmou se pretende fazer o pedido, diz a Agência Ansa.
“Pela legislação, eu sou italiano, eu tenho avós nascidos na Itália, e a legislação de vocês diz que sou italiano”, declarou o ex-mandatário a uma jornalista italiana em Orlando, nos EUA.
Ao ser questionado se pretende pedir a cidadania, Bolsonaro desconversou e disse apenas: “Pouquíssima burocracia e cidadania plena”.