Italianos gravam mensagens para ‘eles mesmos do passado’ durante a pandemia

Atualizado em 19 de março de 2020 às 12:32

PUBLICADO NA REDE BRASIL ATUAL 

Vídeo produzido pelo coletivo de cineastas Athingby, sediado em Milão, propõe uma reflexão sobre como será a vida de grande parte dos brasileiros – e de outras nações do mundo – daqui a cerca de 10 dias, quando o país estará sob o rigor do isolamento social como forma de conter a expansão da pandemia de coronavírus. Acredita-se que, assim como outros países, o Brasil esteja cerca de nove a 10 dias atrás da Itália na progressão do coronavírus.

O vídeo mostra italianos de todas as regiões dando testemunhos de como suas vidas foram transformadas pela necessidade de passar dias seguidos em suas casas e reforçando a necessidade de se cumprir as recomendações e cuidados para evitar o contágio.

O trabalho, que é também uma mensagem de ânimo e otimismo para as demais nações sob a mesma necessidade de combater a epidemia, chegou às redes sociais no Brasil na noite de ontem (18) e viralizou rapidamente (assista reprodução abaixo)

Desatenção

A tragédia que se abate sobre a Itália começou em fevereiro, em um hospital de Codogno, a 60 quilômetros de Milão. De lá para cá, o país se tornou o segundo com o maior número de casos, atrás da China, onde a pandemia já dá sinais de recuo. Até a noite de ontem o país registrava 31.506 confirmados e 2.503 mortes.

O país demorou para tomar as medidas recomendadas pela OMS, assim como o governo de Jair Bolsonaro tem reagido à ameaça no Brasil. O temor, relatado à RBA por um brasileiro residente em Codogno, é de que o atraso nas medidas efetivas pelo governo Bolsonaro leve a uma situação semelhante à italiana, com 31.506 infectados e 2.503 mortos

A jornalista italiana Valentina Barile escreveu artigo especialmente para a RBA, “aos irmãos brasileiros“. Ela reforça que “estamos em uma guerra por desatenção. A Itália, governada pelo sistema financeiro, descuidou de seu sistema de saúde” e também alerta para a necessidade do isolamento como forma de reduzir ao máximo o contágio pelo coronavírus.