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A cúpula do Itamaraty e assessores de Jair Bolsonaro (PL) na área entraram em uma guerra interna que pode atrapalhar a agenda internacional do presidente, segundo reportagem do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.
A disputa envolve três principais nomes, o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, o olavista Filipe Martins e o secretário de Assuntos Estratégicos do governo, almirante Flávio Rocha.
França e Rocha se distanciaram nos últimos meses porque o ministro teria se incomodado com agendas e viagens sem referência com a pauta internacional de Bolsonaro, as quais estariam sendo feitas pelo almirante sem coordenar previamente com o Itamaraty, segundo aliados do chanceler.
O ministro tem cortado o almirante de algumas agendas e reuniões sobre temas internacionais, o que gera incomodo a Rocha, de acordo com aliados do almirante.
Diplomatas próximos a França alegam que Rocha estaria tentando um movimento para tirar o atual chanceler do cargo. A aposta no Itamaraty é de que o almirante estaria buscando uma forma de se emplacar como sucessor ou para ele próprio assumir o ministério, o que a equipe Rocha nega.
O terceiro nome na guerra, Filipe Martins, tem sido deixado de lado tanto por Flávio Rocha quanto Carlos França. O assessor era ligado ao ex-chanceler Ernesto Araújo e perdeu espaço desde a saída do então ministro, em março de 2021.
Desde então, Martins se aproximou de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que gosta de interferir na área internacional. Nos últimos dias, o assessor e o filho do presidente venceram França na nomeação do novo embaixador do Brasil nos Emirados Árabes.
Ministros de outras áreas do governo, segundo o jornalista, afirmam que o rompimento entre os auxiliares na área internacional tem prejudicado Bolsonaro, que acaba tendo aconselhamentos distintos.